Em meio às lágrimas e em busca de consolação, já no início da noite da sexta-feira (9), familiares das vítimas do acidente aéreo com o avião da Voepass foram levados para um hotel em Cascavel, no Paraná, de onde partiu a aeronave que tinha o aeroporto de Guarulhos/SP como destino, mas acabou caindo em Vinhedo, no interior paulista.
Os parentes das vítimas permaneceram no aeroporto durante toda a tarde, desde quando começaram a receber as primeiras informações sobre a queda da aeronave, por volta das 13h40. No avião estavam 57 passageiros e quatro tripulantes.
Entre aqueles que foram até o aeroporto estava o motorista Ivair Lino de Pontes. Sua irmã, Maria Valdete Bartnick, e o cunhado Renato Bartnick estavam no avião que caiu em São Paulo. "Meu Deus do céu! A gente não espera uma coisa dessa, é trágico", disse, bastante emocionado.
No hotel, os parentes das vítimas receberam informações sobre os próximos passos da investigação para liberação dos corpos. Policiais científicos do Paraná já começaram a recolher amostras de perfil genético, além de documentações odontológicas e médicas das vítimas.
Método variado
Perito criminal de Foz do Iguaçu designado para reforçar os trabalhos em Cascavel, Raul Lessa explicou que a identificação vai depender de cada caso. "Em alguns casos, a papiloscopia ainda consegue fazer identificação, mas, nos casos que não conseguir, serão pela arcada dentária, que é mais resistente a um acidente aéreo, ou caso contrário com o DNA", disse.
Governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD) foi até Vinhedo acompanhar os desdobramentos do acidente aéreo. "Pegamos sangue dos familiares para adiantar o trabalho da Polícia Científica de São Paulo", disse.
Os corpos das vítimas serão deslocados para o IML de São Paulo onde serão realizados exames, como os de DNA e de arcada dentária
Pelo menos oito servidores e profissionais ligados diretamente ao governo do Paraná morreram no acidente.
Auxilio na identificação
Para auxiliar na identificação dos corpos, as famílias precisam apresentar na sede do IML Central qualquer exame ou documentação médica das vítimas, como exames radiológicos, médicos ou odontológicos. Qualquer tratamento odontológico, como canal, implante, próteses, panorâmica, aparelho ortodôntico, assim como qualquer tratamento médico para próteses, como pino, placa, fratura, parafuso, ajudam no processo, informa o IML. Isso ocorre porque, para a identificação, é necessário ter algum elemento para comparar com os corpos.
O IML conta com mais de 20 médicos, além de equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia. Cinco equipes estão sendo enviadas para Vinhedo para auxiliar no recolhimento dos corpos. Para ajudar na identificação, material genético está sendo recolhido também no Paraná. (Estadão Conteúdo)