Além do voto para prefeito e vereadores da capital, os eleitores também escolherão mudar ou não a bandeira de Belo Horizonte nas eleições do dia 6 de outubro. O referendo nas urnas apresenta duas opções: manter a bandeira atual, que utiliza o brasão da cidade sobre um fundo branco, ou a alternativa criada por um designer belo-horizontino e aprovada pela Câmara Municipal (CMBH) em 2023 (veja na imagem acima).

A nova bandeira mantém elementos básicos do brasão, mas em um formato minimalista. Ela representa o pico Belo Horizonte, ponto mais alto da cidade, na Serra do Curral, simbolizado pelo triângulo verde, e o sol. Na perspectiva dos defensores, o design "poderia ter sido feito por uma criança" e seria fácil de desenhar como a do Brasil e a de Minas.

Os favoráveis ao projeto argumentam, ainda, que o atual uso do brasão não é uma bandeira de fato e que a nova alternativa reforça a identidade em formação de BH, uma cidade relativamente jovem, com 126 anos — São Paulo, por exemplo, tem 470. Eles também destacam os usos comerciais do símbolo, que já está sendo utilizado para vender cangas, bonés e decorar restaurantes “da moda” na cidade, como a Cozinha Tupis e o Florestal. 

Já críticos reclamam que somente uma opção de nova bandeira foi apresentada, em vez de mais alternativas para a população escolher. A Câmara reconhece que foi apresentado apenas um desenho e que não houve audiências públicas para debater o tema.

Outro ponto de preocupação de quem diz ser contrário ao projeto são os custos de a prefeitura trocar as bandeiras atuais pelas novas. O governo municipal explica que nos uniformes e ônibus utiliza-se o brasão, portanto somente as bandeiras em órgãos públicos seriam trocadas — cada uma custa entre R$ 200 e R$ 300, e ainda haverá um estudo sobre quantas existem na cidade. Mesmo que a nova opção vença o referendo, o brasão será mantido, só não será mais utilizado na bandeira.

Mais uma crítica é a falta de publicidade sobre a mudança. Ocorre que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) proíbe propagandas gratuitas no rádio e na TV com pontos contrários ou favoráveis à bandeira. A publicidade paga por uma frente ou outra é permitida.

Tradicionalmente, a maioria das capitais brasileiras, como BH, utilizam um brasão na bandeira, com exceções como Boa Vista. Para os criadores da nova bandeira, o padrão é contraindicado, pois dificultaria distinguir umas das outras quando elas são reduzidas. Confira como é cada uma:

Nas urnas, a votação sobre a bandeira de BH será a última, após a de prefeito e vereador. Não haverá ilustração das duas opções na urna, somente em cartazes nas seções eleitorais. É possível votar em branco ou anular o voto. Caso a nova bandeira perca, não há previsão de um novo referendo.