O Brasil comemora nesta quarta-feira (30) o Dia Nacional da Mulher, data que homenageia o nascimento de Jerônima Mesquita, figura central na luta pelos direitos femininos no país. A data foi instituída pela Lei 6.971 de 1980 e marca o aniversário de 145 anos desta pioneira do movimento feminista e sufragista brasileiro.
O Dia Nacional da Mulher, assim como o Dia Internacional da Mulher celebrado em 8 de março, representa um marco importante nas lutas femininas pela igualdade de direitos no país. A atuação de Jerônima como feminista, sufragista e enfermeira contribuiu significativamente para o avanço dos direitos das mulheres no Brasil.
Quem foi Jerônima Mesquita
Jerônima Mesquita nasceu em 30 de abril de 1880 na Fazenda Paraíso, distrito de Providência, em Leopoldina, na Zona da Mata mineira. Filha de José Jerônimo de Mesquita e Maria José Villas Boas de Mesquita, ela permaneceu em Minas Gerais até os 7 anos, quando sua família se transferiu para o Rio de Janeiro.
Aos 15 anos, Jerônima perdeu o pai e, aos 17, casou-se com o primo Miguel Manuel Martins, com quem teve seu único filho, Mário Martins. A união durou pouco tempo, pois aos 20 anos ela se separou do marido, decisão incomum para os padrões da época.
Após a separação, Jerônima e sua mãe deixaram o Brasil e viveram na França por dez anos. O início da Primeira Guerra Mundial mudou os rumos de sua vida, levando-a a ingressar como voluntária na Cruz Vermelha em 1918, antes de se mudar para a Suíça e posteriormente retornar ao Brasil.
De volta ao país, Mesquita intensificou seu ativismo pelos direitos das mulheres. Junto com Stela Guerra Duval, Bertha Lutz e sua própria mãe, fundou o hospital Pró-Matre no Rio de Janeiro e atuou como enfermeira durante a epidemia de gripe espanhola.
No período pós-guerra, Jerônima fundou o Movimento Bandeirante Feminino no Brasil, organização voltada à educação de crianças e jovens. Em 1922, estabeleceu a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), entidade que se tornou fundamental na luta pelos direitos femininos. A participação da mineira no movimento sufragista brasileiro foi decisiva para a conquista do direito ao voto feminino em 1932.