Uma nova tecnologia desenvolvida em terras mineiras promete ser uma arma poderosa no combate a doenças como dengue, zika e chikungunya. Trata-se do Repeltex, repelente desenvolvido pela startup mineira InnoVec, criada em 2023 na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Diferentemente dos produtos tradicionais, que precisam ser reaplicados em algumas horas, o novo repelente promete uma duração de até quatro meses.
Apesar de não revelar datas, a universidade afirma que o produto estará disponível no mercado “nos próximos meses”.
De acordo com os desenvolvedores do produto, a tecnologia começou sendo aplicada apenas em calçados, mas agora já pode ser usada em superfícies variadas, como mochilas, cortinas, roupas e móveis.
A fórmula é atóxica, não tem cheiro e libera o princípio ativo de forma gradual e contínua, formando uma barreira invisível contra os mosquitos em um raio de até seis metros.
Os testes iniciais foram realizados no Brasil e na Tanzânia e, inicialmente, foram feitos apenas em calçados à base de sisal. Isso porque pés e pernas são as áreas mais picadas por mosquitos.
Nos testes, o repelente mostrou eficácia de 74% contra o Aedes aegypti (dengue) e 84% contra o mosquito da malária, Anopheles darlingi.
Em 2024, o Brasil teve mais de 6,5 milhões de casos prováveis de dengue, e o Estado gastou mais de R$ 28 bilhões no tratamento da doença.
Mais sobre o desenvolvimento
A solução foi desenvolvida pela startup mineira InnoVec, criada em 2023, que nasceu no Laboratório de Inovação Tecnológica e Empreendedorismo em Controle de Vetores (Lintec), no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, e opera no Parque Tecnológico de Belo Horizonte.
O projeto é coordenado pelo professor Álvaro Eiras, especialista no comportamento de mosquitos transmissores de arboviroses. A empresa agora busca ampliar a produção e levar a tecnologia a todo o país.