O Ministério Público pediu a prisão preventiva de três mulheres suspeitas de aplicar um golpe conhecido como "boa noite, Cinderela" contra dois turistas britânicos na madrugada do dia 8, no Rio de Janeiro. Elas foram denunciadas por roubo com violência imprópria, furto qualificado por fraude eletrônica e associação criminosa após doparem os turistas. A reportagem não localizou a defesa das mulheres.

Segundo o Ministério Público, a prisão foi pedida devido ao histórico de crimes semelhantes que teriam sido cometidos pelo trio, além do risco do golpe continuar sendo aplicado.

De acordo com a denúncia, oferecida pela 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial Centro e Zona Portuária, os turistas Mihailo Petrovic e Diego Bravo conheceram as mulheres após participarem de um evento na Fundição Progresso, na Lapa, região central da cidade.

Elas teriam convidado os dois a continuar a noite na orla de Ipanema e oferecido caipirinhas adulteradas com substância capaz de provocar sonolência e desorientação.

As mulheres são acusadas de invadir a conta bancária de Mihailo e tentar realizar uma transferência de £ 16 mil (cerca de R$ 117 mil). A exigência de reconhecimento facial impediu que a operação fosse concluída.

Mesmo assim, as mulheres conseguiram roubar £ 2.100 (cerca de R$ 15 mil) - £ 300 utilizadas para compra de criptomoedas e £ 1.800 transferidas em quatro operações. Segundo o Ministério Público, as acusadas agiram da mesma forma em outros casos investigados pela polícia.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram um dos turistas cambaleando pelo calçadão de Ipanema logo após sair de um táxi, até cair desacordado na areia da praia. As suspeitas aparecem deixando o local apressadas, também de táxi. Na denúncia, a promotoria pede que as acusadas indenizem cada vítima em R$ 30 mil por danos materiais e morais.

A Deat (Delegacia Especial de Apoio ao Turismo) informou que Raiane, uma das acusadas, é investigada em mais de 20 casos semelhantes. Ela chegou a ser condenada a seis anos de prisão, no regime semiaberto, por roubar um turista inglês que afirmou ter sido dopado em uma roda de samba na Pedra do Sal, em 2023. Mas a decisão foi revertida pela segunda instância no mês passado.