A Novo Nordisk, farmacêutica responsável pelos medicamentos à base de semaglutida Ozempic®, Wegovy® e Rybelsus®, garantiu que mulheres que estão em tratamento com a substância podem usar contraceptivos orais. A manifestação da empresa vem dois meses após o órgão regulador de medicamentos do Reino Unido (MHRA, de Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency) emitir um alerta sobre a eficácia de contraceptivos orais quando o paciente também está utilizando medicamentos para obesidade e diabetes análogos do GLP-1.

Na época, o órgão disse que os medicamentos GLP-1 fazem o estômago esvaziar mais devagar, e remédios eventualmente ingeridos se mantêm por mais tempo na região estomacal. Com isso, a absorção da pílula contraceptiva oral pode ser atrasada ou reduzida, diminuindo sua eficácia, especialmente em mulheres com sobrepeso ou obesidade.

De acordo com a Novo Nordisk, a ingestão de semaglutida concomitante ao anticoncepcional é respaldada por um recente parecer publicado pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Na publicação da entidade, há, porém, uma ponderação quanto ao uso de medicamentos à base de tirzepatida. A Febrasgo orienta, nesses casos, “não usar contraceptivos hormonais orais, trocar de método ou associar métodos de barreira por, pelo menos, quatro semanas após o início do uso ou ajuste da dose”.

A farmacêutica também faz uma ponderação quanto ao uso da semaglutida por mulheres grávidas. “A Novo Nordisk reforça que a manutenção da eficácia contraceptiva é um fator de segurança fundamental. A companhia orienta, em linha com a bula de seus tratamentos à base de semaglutida, que a terapia seja descontinuada ao menos dois meses antes de uma gravidez planejada. Essa recomendação existe devido ao longo tempo que a molécula leva para ser completamente eliminada do organismo e visa garantir a máxima segurança para a mãe e o feto, uma vez que os dados sobre o uso do medicamento durante a gestação ainda são limitados”, pontua em nota.