Uma estudante de medicina veterinária, de 25 anos, foi presa no último sábado (30) no Rio de Janeiro, sob suspeita de atuar como braço financeiro de uma facção criminosa ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Beatriz Leão Montibeller Borges estava foragida desde março, quando a Polícia Civil do Paraná deflagrou uma operação contra o grupo.
A defesa da jovem afirma que ela é inocente e que já há um habeas corpus pendente de julgamento no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Os advogados dizem que Beatriz não mantém mais relação com o homem apontado pela polícia como líder da organização criminosa e que sua conta foi utilizada por terceiros em transações financeiras.
De acordo com a Polícia Civil, Beatriz foi localizada em um apartamento no Camorim, zona oeste do Rio, alugado em nome de terceiros para dificultar sua captura. A prisão foi resultado de cooperação entre as polícias do Paraná e do Rio.
A universitária foi detida em cumprimento a mandado expedido pela Justiça do Paraná pelas suspeitas de associação criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A Justiça do Rio manteve a prisão em audiência de custódia realizada no domingo (31).
Segundo a investigação, Beatriz mantinha um relacionamento com o líder do grupo e teria ficado responsável pela gestão financeira da organização. A Polícia Civil afirma que, mesmo presos, os líderes davam ordens por meio de celulares e contavam com "braços" fora das penitenciárias para cuidar da venda de drogas, compra de armas e movimentação de bens.
Em nota, a defesa diz que os comprovantes de pagamento encontrados em celular apreendido em penitenciária foram a única ligação da estudante com o caso.
"Tais elementos não demonstram participação direta em atividades ilícitas, mas apenas que sua conta foi utilizada em transações vinculadas a terceiros", afirmam os advogados Renato Bassi Pereira, Paulo Jean e Messias Mateus Pontes de Melo.
Os defensores contestam ainda a versão policial de que Beatriz se escondia em um apartamento de luxo. Segundo eles, ela estava em uma hospedagem temporária obtida via Airbnb, com estadia contratada até 31 de agosto.
A estudante foi encaminhada ao sistema penitenciário do Rio. A Polícia Civil do Paraná informou que pedirá sua transferência para o estado.
Natural de Bagé (RS), Beatriz se apresenta em suas redes sociais como moradora de Curitiba, onde cursa medicina veterinária. Nas redes sociais, ela compartilha vídeos dançando e treinando em academias para mais de 16 mil seguidores no Instagram e TikTok.