A Polícia Civil do Rio Grande do Sul identificou Brasília Costa, manicure de 65 anos, como a vítima de feminicídio registrado em Porto Alegre. A confirmação ocorreu nesta segunda-feira (8/9) por meio de exames de DNA. O principal suspeito é o publicitário Ricardo Jardim, de 66 anos, que já havia sido condenado pelo assassinato da própria mãe em 2015 e estava foragido do regime semiaberto.

As autoridades ainda buscam a cabeça da vítima, peça fundamental para determinar a causa exata da morte. A ausência deste membro impede a recomposição completa do corpo e dificulta o esclarecimento de detalhes do homicídio.

O caso ganhou notoriedade após o descobrimento de partes do cadáver em diferentes locais da capital gaúcha. Em 13 de agosto, membros da vítima foram encontrados em sacolas de lixo na Zona Leste de Porto Alegre. Uma semana depois, em 20 de agosto, câmeras de segurança registraram o suspeito deixando uma mala com o torso da vítima em um guarda-volumes da rodoviária.

O conteúdo da mala foi descoberto apenas em 1º de setembro, quando funcionários a abriram devido ao forte odor. A manicure era natural de Arroio Grande e residia na Zona Norte da capital gaúcha.

Ricardo foi condenado a 28 anos de prisão pelo assassinato da própria mãe, crime que cometeu com 13 facadas antes de ocultar o corpo concretado dentro de um armário. Em 2024, conseguiu progressão para o regime semiaberto e, meses depois, tornou-se foragido.

Investigadores da Polícia Civil acreditam que o publicitário planejava uma "terceira etapa" do crime, mantendo o mesmo intervalo de sete dias entre os descartes anteriores. Esta hipótese aumenta a urgência na localização da cabeça da vítima.
O suspeito adotou estratégias para retardar a descoberta do crime.

Além de mutilar o corpo e remover as digitais de Brasília, ele se passou pela vítima em mensagens enviadas a familiares após o assassinato. Esta tática impediu que amigos e parentes notassem o desaparecimento e registrassem ocorrência policial.

A investigação também apura possíveis crimes financeiros associados ao caso. Há indícios de que Ricardo tentou utilizar cartões bancários pertencentes à vítima após sua morte.