Avanço

Brasil aplica 100 milhões de doses: marca reforça importância da vacinação

Especialista diz que número expressivo de doses aplicadas deixa claro que o brasileiro gosta de vacinar

Por Hellem Malta
Publicado em 02 de julho de 2021 | 07:42
 
 
 
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O Brasil ultrapassou a marca de 100 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 aplicadas desde o início da campanha de imunização, em 17 de janeiro. Dados do vacinômetro do Ministério da Saúde mostram que, até ontem, 101.476.804 doses dos imunizantes disponíveis em território nacional já chegaram aos braços dos brasileiros.

Esse quantitativo coloca o Brasil em quarto lugar no ranking dos países que mais vacinaram no mundo sua população com pelo menos uma dose da vacina. Ao todo, 74.354.809 pessoas já receberam a primeira dose no Brasil (47,03% da população acima de 18 anos). Outros 27.121.995 (17,15%) já completaram o esquema vacinal com as duas doses.

Esses milhões de vacinas já aplicadas em uma parcela da população brasileira suscetível ao coronavírus, que hoje é de 211 milhões de brasileiros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), traz esperança e reforça a importância de todos se vacinarem contra a Covid-19 durante a campanha de imunização, que tem um públicoalvo de 158.095.094 brasileiros acima de 18 anos.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, esse número de mais 100 milhões de doses aplicadas é positivo e mostra que estamos conseguindo avançar na campanha de vacinação. “Essa marca é para nós uma alegria. Nós conseguimos, em especial nas últimas semanas, avançar de uma forma mais robusta na campanha de vacinação. Isso demonstra que nós temos um povo que acredita em vacina e temos um Plano Nacional de Imunizações (PNI) que, tendo vacina, consegue colocar essa campanha em números muitos bons”, diz.

Na avaliação de Juarez Cunha, esse número expressivo de doses aplicadas deixa claro que o brasileiro gosta de vacinar, mas ainda precisamos ficar atentos e melhorar os índices de vacinação. “O brasileiro não só gosta de vacinar, como confia e acredita na vacina. O nosso histórico de imunização no país é muito bonito. Mas é claro que temos que ficar atentos, e ainda falta muito para a gente conquistar. O nosso percentual de pessoas que já receberam a primeira dose da vacina chega a quase 50%, e isso é um número muito bom. Já nas duas doses, a gente ainda precisa avançar bastante, porque temos menos de 20%”, analisa.

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 135 milhões doses de vacinas já foram distribuídas para os 26 Estados brasileiros e o Distrito Federal. Desse total, mais de 14,1 milhões de imunizantes foram destinados para Minas Gerais, o segundo Estado com o maior número de doses aplicadas (8,9 milhões) até o momento, ficando atrás apenas de São Paulo, com 22 milhões.

Segundo o presidente da SBIm, se tivermos um quantitativo de vacinas suficientes o Brasil conseguirá evoluir cada vez mais nessa campanha de vacinação contra a Covid. “Temos condição de vacinar em torno de 2 milhões de pessoas por dia. Com certeza, se tiver vacina a gente consegue atingir essa marca”, afirma.

A previsão de entregas de vacinas contratadas ou em fase final de tratativa pelo Ministério da Saúde mostra que a pasta prevê a compra de 662.512.770 doses de vacina até o final de 2021. Desse total, cerca de 144,1 milhões de imunizantes foram entregues até junho. Para o terceiro trimestre, está prevista a chegada de mais 174,5 milhões de vacinas, divididas entre AstraZeneca, Coronavac e Pfizer, e, no quatro e último trimestre, a estimativa é que o país receba 319,3 milhões de doses, incluindo 36,1 milhões da Janssen, 20 milhões da Covaxin e 10 milhões da Sputnik V.

O professor universitário Afonso Augusto Guerra Júnior, 50, foi vacinando com a primeira dose no início de junho em Belo Horizonte. Ele disse que se vacinar é contribuir para que a vida volte ao normal. “Tenho esperança de que o país volte a funcionar com a normalidade o mais rápido possível, e a vacinação vai promover isso”, disse. Já o auxiliar administrativo da UFMG João Victor Reis, 32, disse que ficou feliz quando recebeu sua dose há algumas semanas. “É uma festa receber a vacina e saber que estamos caminhando para uma vacinação cada vez mais abrangente”, comemorou.

Imunidade coletiva 

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, o país já está colhendo os frutos da imunização individual, pois a quantidade de registros, internações e óbitos na população idosa vem caindo consideravelmente. “O número de casos, mortes e internações nas faixas etárias vacinadas há mais tempo está menor. O fundamental é atingirmos o maior percentual da população vacinada para se conseguir o que todos querem, a imunidade coletiva. Nossa vida real serve para mostrar para a população que qualquer das vacinas disponíveis nos dá excelente proteção. A vacina não protege só o indivíduo, ela protege a coletividade. E os nosso números já têm demonstrado que todas as nossas vacinas, independentemente da marca, são seguras e efetivas. Elas diminuem essa doença que tanto tem nos causado dor”, diz.

BH vacina 49 anos e deve ampliar faixa

Belo Horizonte começa hoje a vacinar contra a Covid-19 os moradores que têm 49 anos. A expectativa é aplicar a primeira dose do imunizante em 26 mil pessoas dessa faixa etária. O Executivo destaca que é preciso comprovar moradia na capital. Além disso, a pessoa tem que ter 49 anos completados até 31 de julho. Outro alerta feito pela administração municipal é com relação aos locais de vacinação.

Antes de sair de casa, a pessoa contemplada na campanha deve consultar os locais. Os pontos e os horários de vacinação de quem tem 49 anos podem ser consultados no site da prefeitura.

Em nota, a PBH destacou que, assim que novas remessas de vacinas chegarem à capital, a campanha será ampliada para mais grupos. “A Secretaria Municipal de Saúde reafirma a disponibilidade de pessoal e de todos os insumos necessários para a imediata continuidade do processo”. (Redação)

Mais 8 milhões de unidades vêm aí

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou ontem que cerca de 8 milhões de doses de vacinas serão distribuídas no Brasil nos próximos três dias. Em mensagem na rede social Twitter, Queiroga informou que serão 3 milhões de doses da Janssen, que exige apenas uma aplicação; 2,1 milhões da Pfizer, além de 2,8 milhões do imunizante da AstraZeneca.

As vacinas da AstraZeneca, segundo detalhou o ministro, serão entregues e distribuídas pela Fiocruz.

Até o momento, foram distribuídos aos Estados e municípios 135 milhões de doses de imunizantes desde janeiro. A vacina mais aplicada no Brasil é a Butantan Sinovac, que equivale à Coronavac. Em segundo lugar está a vacina AstraZeneca, que é envasada pela Fiocruz e que deverá passar a ter fabricação nacional até 2022. A vacina ComiRNAty, da Pfizer/BioNTech, segue em terceiro. A vacina da Janssen está em quarto lugar. (Redação)

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