Imunização

Covid: TCE identifica mais de 800 mil mineiros com 2ª dose da vacina em atraso

Após constatação, Tribunal de Contas do Estado orienta que governos locais façam busca ativa pelas pessoas que não completaram o esquema vacinal

Por Hellem Malta
Publicado em 03 de setembro de 2021 | 17:31
 
 
 
normal

O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG)  identificou que mais de 800 mil mineiros ainda não tomaram a segunda dose da vacina contra a Covid-19, ao analisar os dados do Vacinômetro e do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI).

Após a constatação, o TCE-MG emitiu um ofício aos 853 municípios mineiros para que os prefeitos tomem providências para o bom desempenho do ciclo completo de vacinação. 

Entre as orientações do tribunal está a identificação das pessoas que estão com a segunda dose em atraso, contatar essas pessoas para que elas tomem a segunda dose e promover, dentro da realidade de cada cidade, campanhas publicitárias sobre a importância do esquema vacinal completo.

“É necessário que seja implementado, com urgência, o trabalho de busca ativa das pessoas que não receberam a dose complementar do imunizante, ação essa extremamente oportuna para garantir a efetividade da vacinação prezando pelo bem-estar dos munícipes” disse o presidente do Tribunal, no ofício.  

Além disso, o TCE-MG reforçou a importância de que os municípios mantenham os dados do Vacinômetro, do governo estadual, e o SI-PNI, do governo federal, sempre atualizados, sobretudo em relação à segunda dose. O ofício reforça que “a transparência e a publicidade dos dados coletados poderão servir de indicadores epidemiológicos para definição de distribuição das doses relativas às próximas remessas de vacinas, ou para outras políticas públicas cabíveis”.

O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG), Eduardo Luiz Silva, informou que ainda não teve acesso aos dados levantados pelo TCE, mas acredita que esse quantitativo de pessoas que estão sem a segunda dose da vacina contra a Covid-19, apontado pelo tribunal, seja um problema de instabilidade nos sistemas de informação utilizados pelo municípios para o lançamento de dados da campanha de vacinação.

“Sem analisar os dados do TCE posso inferir que isso seja inconsistência no sistema de informação. É rotina no dia-a-dia das secretarias de saúde dos municípios encaminhar os dados e os sistemas do DataSUS e da SES não reconhecerem. Em geral, eles são muito instáveis. Muitos dos municípios que tem alimentado o vacinômetro estão com dificuldades nessa alimentação. Nós temos um Estado do tamanho da França, com problemas de conexão de internet de várias formas e isso pode gerar alguma inconsistência no sistema”, diz.

Covid: BH tem mais de 850 mil pessoas à espera de completar proteção

Eduardo ainda completa dizendo que não há problema no repasse de vacinas as cidades mineiras. “Vacinas suficientes aos municípios tem chegado e sido encaminhadas de acordo com a pauta de distribuição do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde”, afirma.

Procurada, a assessoria de imprensa do TCE informou que não há um prazo determinado para os municípios responderem o ofício do tribunal, pois, por enquanto são apenas recomenções. "Acreditamos, inicialmente, na eficácia das ações pedagógicas. Mas, as omissões podem ser punidas futuramente", disse.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!