RACISMO

'Mamãe, um dia eu vou ficar branco?', pergunta criança negra chamada de cocô

Menino, de 5 anos, sofreu racismo em escola de São Paulo e caso foi compartilha pela mãe nas redes sociais

Por Simon Nascimento
Publicado em 17 de setembro de 2022 | 20:13
 
 
 
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“Mamãe, um dia eu vou ficar branco?”. A pergunta foi feita por um menino, de 5 anos, morador de São Paulo, à mãe, a estilista Claudete Alphonsus, após ser chamado de cocô por colegas de escola. O caso foi compartilhado por Claudete nas redes sociais nesta sexta-feira. 

Usando a ferramenta stories, do Instagram, ela publicou imagens do filho chorando e a questionando sobre a cor preta da pele, que acabou virando alvo de deboche na escola. “Mamãe, eu não sou lindo. Eu sou um cocô, um chocolate”, disse o pequeno à mãe chorando. Para tentar acalmar o filho, Claudete disse ao filho que ele era lindo e que não havia problema em ser negro. 

Nos vídeos, Claudete ainda citou que vai à escola do filho para conversar com as professoras e chegou a falar com o filho que iria “queimar os racistas” - expressão que ficou popularizada após canção do rapper Djonga em protesto contra o racismo. Após a fala, o filho chegou a se assustar e pediu à mãe para não queimar a escola. “Acalmei ele, expliquei o que quis dizer. Lógico que não vou botar fogo em ninguém, mas eu vou ter que tomar uma atitude quanto a isso”, escreveu em um storie seguinte. 

Claudene ainda escreveu que não suporta mais sentir essa dor, ao se referir ao ocorrido com o filho. “Ele não sabe se defender. As crianças não sabem que tá errado. Mas os pais sabem, as professoras sabem. E isso não pode se tornar rotina”, acrescentou a estilista. Por fim, Claudene disse que a ferida que abriram nela está difícil de cicatrizar. 

“Cuidem da saúde mental de suas crianças, sejam elas brancas ou marrons iguais às minhas”, publicou a mulher. O TEMPO tentou contato com Claudene, mas telefonemas não foram atendidos e mensagens não foram respondidas. 

Racismo em escola de BH 

Um professor de história de uma escola pública do bairro Coração Eucarístico, na região Noroeste de Belo Horizonte, está sendo investigado por raciscmo após pedir para uma aluna de 11 anos prender o cabelo cacheado. O docente afirmou que ela estaria parecendo "uma louca que saiu do hospício".

O caso, noticiado nesta sexta por OTEMPO, teria acontecido dentro da sala de aula da Escola Estadual Odilon Behrens, na última quarta-feira (14), e foi denunciado à polícia pela família da menina no dia seguinte. 

 

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