Metroviários

Metrô de São Paulo entra em greve nesta quinta, decide sindicato

Em campanha salarial, o sindicato diz que está sem reajuste há dois anos e não pagou a participação nos resultados de 2019 e 2020

Por FOLHAPRESS
Publicado em 18 de maio de 2021 | 21:34
 
 
 
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O Metrô de São Paulo vão entrar em greve a partir da 0h desta quarta-feira (19), decidiu o Sindicato dos Metroviários em assembleia na noite desta terça (18).

A greve foi convocada após a gestão João Doria (PSDB), do governo paulista, não aparecer na audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho que havia sido marcada para esta terça.

Em campanha salarial, o sindicato diz que está sem reajuste há dois anos e não pagou a participação nos resultados de 2019 e 2020.
Segundo a entidade, o Metrô propôs reajuste salarial de 2,6% não retroativo, menos do que os 9,7% propostos pelo Ministério Público do Trabalho.

A paralisação não afeta as linhas 4-amarela e 5-lilás, que são privatizadas, apenas as linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha, além da linha 15-prata do monotrilho, todas operadas pelo Metrô.
Procurado, o governo de São Paulo não se manifestou até a publicação deste texto.

Além da disputa salarial, o sindicato também está brigando com o governo contra a venda do terreno onde fica a sede da entidade.
O governo marcou para o próximo dia 28 a abertura dos envelopes com propostas para compra do terreno onde o prédio do sindicato está instalado, na zona leste da cidade, entre as estações Carrão e Tatuapé da linha 2-vermelha do Metrô.

O terreno foi cedido pelo governo de São Paulo por comodato (empréstimo) ao sindicato no fim dos anos 1980, e a categoria inaugurou um prédio no local em 1991, conta Wagner Fajardo, coordenador da entidade.

No fim de abril deste ano, no entanto, o governo Doria abriu licitação para vender o terreno e pediu a desocupação do local em até 60 dias.

O sindicato afirma que a venda tem motivações políticas, uma vez que a categoria critica as privatizações e concessões feitas pelo governo.
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Reivindicação dos metroviários:
- Reposição salarial baseada no IPC-Fipe dos últimos 2 anos de 9,72%;
- Reajuste de 29% no Vale Alimentação e Vale Refeição;
- Recuperar os direitos e a manutenção do acordo coletivo;
- Pagamento dos 50% em aberto da PR (Participação nos Resultados) de 2019, que deveria ter sido creditado no ano passado.

Proposta do MPT (Ministério Público do Trabalho) no dia 17/5/21:
- Reajuste salarial de 9,7% em 3 parcelas sendo a primeira em maio de 2021, a segunda em janeiro de 2022 e a terceira em maio de 2022;
- Adicional noturno de 40% até dezembro de 2021 e retorna ao patamar atual em janeiro de 2022;
- Adicional de férias de 50% até dezembro de 2021 e retorna ao patamar atual em janeiro de 2022 com pagamento das diferenças do período;
- Pagamento da segunda parcela da PR (Participação nos Resultados) em janeiro de 2022;
- Manutenção de todas as demais cláusulas do Acordo Coletivo de 2020/2021.

Última proposta do Metrô:
- Reajuste salarial: 2,61%, não retroativo, a partir de 1º/1/2022. Mesmo índice e condições para o vale-refeição e o vale-alimentação;
- PR 2019: pagamento da 2ª parcela somente em 31/1/2022 e mediante "formalização de acordo que contemple as condições e critérios do valor a ser pago";
- Gratificação de férias: aplicação da fórmula que consta no Acordo Coletivo porém com adicional de 60%;
- Adicional noturno: 35% sobre salário-base;
- Abono salarial: pagamento só em 31/3/2022, equivalente ao piso normativo da categoria vigente em março de 22, para todos os empregados;
- Gratificação por Tempo de Serviço: pagamento somente aos funcionários que completaram o 5º ano de trabalho até 30/4/21. Não haverá acréscimo de 1% por ano a esses trabalhadores. Essa cláusula não se aplicará aos admitidos a partir de 1º/5/2021;
- Demais cláusulas: manutenção do que consta no Acordo Coletivo.

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