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Ministro da Saúde diz que vai incluir adolescentes na vacinação contra a Covid

Marcelo Queiroga anunciou nesta terça-feira (27) que adolescentes de 12 a 17 anos serão incluídos na vacinação contra a Covid, mas depois que os adultos estiverem recebido ao menos uma dose

Por Cinthya Oliveira
Publicado em 27 de julho de 2021 | 20:46
 
 
 
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nesta terça-feira (27) que adolescentes de 12 a 17 anos serão incluídos na vacinação contra a Covid. Embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária já tivesse permitido a imunização desse grupo com doses da Pfizer, o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19 ainda não recomendava a aplicação de vacinas em menores de 18 anos.

De acordo com o Ministério da Saúde, os adolescentes poderão ser vacinados depois da conclusão do envio de ao menos a primeira dose para toda a população adulta. A imunização dos menores de 18 anos deverá ser iniciada por aqueles que possuem comorbidades. A decisão foi tomada após debate com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais (Consems).

O ministério também afirmou, por meio de sua conta do Twitter, que ainda será analisada a possibilidade se reduzir o intervalo da segunda dose da Pfizer, hoje administrada após três meses da primeira aplicação. “Nossa expectativa é atingir a população acima de 18 anos vacinada até o começo de setembro. A partir daí, vamos discutir a redução no intervalo da dose da Pfizer, assim a gente avançaria com a segunda dose em um número maior de pacientes e também os abaixo de 18 anos", disse Queiroga.

A decisão foi anunciada no momento em que diversos grupos que representam crianças e adolescentes com deficiência e comorbidades pressionam o ministério para ampliar a vacinação para esse grupo. O grupo Minas Down, que reúne familiares de pessoas com síndrome de Down, começou uma campanha com essa perspectiva.

“Baixa imunidade, dificuldades em seguir protocolos de segurança, o constante uso do tato tanto para se orientar no espaço quanto por uma necessidade sensorial, dificuldades em comunicar sentimentos ou descrever sintomas dentre inúmeras outras questões. O fato é que essa fragilidade não pode ser ignorada”, diz o grupo em seu perfil do Facebook.

De acordo com Keley Oliveira, uma das fundadoras do Minas Down, afirma que o ideal é que a priorização não seja apenas para os adolescentes com comorbidades, mas também aqueles com deficiência, que muitas vezes não conseguem cumprir todas as medidas de prevenção à Covid. "Um deficinete visual precisa do tato, de pegar nos objetos. Então mesmo que não tenha comorbidade, está muito vulnerável", explica. 

Planejamento municipal

O planejamento para a vacinação para adolescentes com comorbidades ou deficiência já foi iniciada em algumas cidades brasileiras. Antes mesmo de imunizar o público na casa dos 20 anos, Porto Alegre iniciou a vacinação de adolescentes com comorbidades na semana passada. Foram incluídos no público prioritário adolescentes com obesidade grave, pneumopatias crônicas graves, hemoglobinopatia grave, doenças cardiovasculares, doenças neurológicas crônicas, diabete mellitus e imunodeprimidos.

O município de Betim chegou a iniciar a imunização de adolescentes que estudam na rede municipal, mas foi impedido pela Justiça de dar continuidade à vacinação do grupo. 

Mas vai demorar um tempo para a vacinação chegar aos adolescentes brasileiros. De acordo com o vacinômetro do Ministério da Saúde, receberam ao menos uma dose 96.560.204 pessoas. Mas estima-se que o país tenha 158.095.094 adultos – ou seja, ainda esperam pela vacinação 61.534.890 brasileiros com mais de 18 anos.

Embora o risco de morte por Covid seja menor em crianças e adolescentes, ela ainda existe. Somente em Minas Gerais, morreram pela doença 36 bebês com menos de 1 ano, 32 crianças de 1 a 9 anos e 55 pessoas de 10 a 19 anos.

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