ENEM

Nota da pior escola rica é quase igual ao da melhor pobre

Desempenho de escola paulista é apenas 1% superior ao da escola estadual Professora Odília de Sousa, que fica na zona rural de Minas Novas, em MG (a 500 km de Belo Horizonte)

Por FOLHAPRESS
Publicado em 05 de agosto de 2015 | 12:25
 
 
 
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A nota no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2014 da pior escola entre as mais ricas é praticamente igual à da melhor escola entre as mais pobres.

O desempenho das escolas no exame de 2014 foi divulgado nesta quarta-feira (5) pelo Ministério da Educação.

Para calcular a média dos colégios, a reportagem considerou as quatro provas objetivas do Enem -linguagem, matemática, ciências humanas e da natureza.

O colégio particular Rui Barbosa, de Jandira, na Grande São Paulo, teve a menor nota entre as escolas com nível socioeconômico "muito alto": 484,1.

Esse indicador socioeconômico, distribuído em sete níveis, é apurado com base em questionário respondido pelos alunos e que considera itens como escolaridade dos pais, posse de bens e renda familiar.

O desempenho dessa escola paulista é apenas 1% superior ao da escola estadual Professora Odília de Sousa, que fica na zona rural de Minas Novas, em MG (a 500 km de Belo Horizonte).
Melhor entre as mais pobres, a escola mineira teve média de 477,9 no Enem. Outros indicadores também destacam essa escola no grupo das mais pobres.

O índice de formação adequada de seu corpo docente -professores com formação específica na disciplina que lecionam - é de 62%, enquanto nas outras escolas pobres a média é de 41%.
Apenas 2,4% de seus alunos foram reprovados no ano passado - nas demais do mesmo grupo, o índice foi de 5,9%.

Já os indicadores do colégio Rui Barbosa são de 54% (formação adequada dos professores, ante média de 67% no grupo das demais escolas ricas) e 1,4% (taxa de reprovação, ante 5,2% em seu grupo).

IMPACTO
O governo afirma que o contexto social dos estudantes "tem impacto direto sobre o desempenho escolar".

"Os dados mostram que quanto mais alto o nível socioeconômico, melhores são as notas em todas as áreas de conhecimento avaliadas", diz o Inep, órgão do MEC responsável pelo Enem.

Na elite do exame (10% com maiores notas), todas as escolas ficam do nível socioeconômico "médio" para cima. A maioria (75%) é classificada no estrato "muito alto".

Na outra ponta da prova (10% com menores notas), a situação socioeconômica é mais heterogênea. Há duas escolas de nível "alto" e 53 de nível "muito baixo". A maioria delas, porém, fica no segundo menor nível da escala, "médio baixo".

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