Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está recrutando pessoas de 18 a 60 anos que tiveram Covid-19 nos últimos seis meses, comprovada por exame de RT-PCR, para avaliar o efeito das vacinas sobre as sequelas da doença na saúde mental. Os estudiosos detectaram, na fase anterior da pesquisa, que 25% dos participantes que tiveram formas leves da doença apresentaram algum déficit cognitivo, especialmente relacionados à orientação no espaço e à habilidade de desenhar, por exemplo. Na nova fase, espera-se entender como as vacinas interferem na chamada Covid longa, a continuidade de sintomas da doença ao longo dos meses.
Quando o estudo foi iniciado, em agosto de 2020, a campanha de vacinação não havia começado no Brasil, mas alguns estudos posteriores demonstraram que a vacina é um fator de proteção na recuperação da Covid longa. O estudo também verificará se há relação entre a marca da vacina recebida e a evolução da melhora do quadro do paciente. Além disso, ao comparar o resultado das duas fases, será possível mensurar os efeitos da ômicron.
“Temos, em nossa amostra, jovens com sintomas cognitivos importantes e não esperados para a idade, já quatro a seis meses após a infecção pelo coronavírus. Agora, precisamos responder se as pessoas vacinadas também apresentam esse déficit, se quem se contaminou com a ômicron teve déficit e, se teve, como está a evolução”, diz o coordenador do estudo, Marco Romano-Silva, em entrevista ao site da UFMG.
Para se candidatar, é necessário entrar em contato pelo WhatsApp do Centro de Tecnologia em Medicina Molecular, pelo número (31) 99723-4160. O protocolo inclui exames clínicos e neuropsicológicos, e os participantes serão acompanhados por dois anos.