8 de janeiro

Além de blogueiro, polícia do Paraguai prendeu outros 2 brasileiros por ataques

Radialista e empresária que eram procurados por financiar e incentivar ato contra os Três Poderes também foram presos no Paraguai

Por Renato Alves
Publicado em 15 de setembro de 2023 | 09:08
 
 
 
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Além do blogueiro Wellington Macedo de Souza, que participou do atentado à bomba no Aeroporto de Brasília, outros dois apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro foram presos no Paraguai por causa dos mandados expedidos pela Justiça brasileira pelo envolvimento em atos violentos contra a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e instituições democráticas.

O radialista Maxcione Pitangui de Abreu foi preso na companhia de Wellington Macedo de Souza. Ambos foram entregues à Polícia Federal (PF) na tarde desta quinta-feira (14), na Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, à Cidade do Leste, no Paraguai, onde foram presos. 

Ambos tinham mandado de prisão em aberto e eram considerados foragidos pelas autoridades brasileiras. O blogueiro também estava na lista de procurados da Difusão Vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Ele foi assessor no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, comandado por Damares Alves – hoje senadora – durante o governo de Jair Bolsonaro.

Wellington foi condenado a mais de seis anos de prisão por colocar uma bomba em um caminhão de combustível perto do Aeroporto Internacional de Brasília, em 24 de dezembro de 2022. 

Outros dois homens receberam penas e já haviam sido presos no Brasil, logo após a descoberta do artefato – perícia da Polícia Civil do Distrito Federal mostrou que chegaram a acionar a bomba, mas por um defeito ela não explodiu.

Já contra Maxcione Pitangui havia uma ordem de prisão por participação em outros atos violentos contra o resultado das eleições de 2022. Ele era procurado desde 15 de dezembro, quando a PF realizou uma operação contra bolsonaristas radicais suspeitos de organizar os atos.

Segundo a polícia paraguaia, no momento da prisão, Wellington tentou fugir. Ele correu, acabou tropeçando e caiu, motivo pelo qual foi entregue com curativo da cabeça. Maxcione se entregou sem resistir, segundo as autoridades paraguaias. Ele estava morando e vivendo na cidade paraguaia com a esposa e três filhos.

Wellington e Maxcione chegaram a pedir asilo político ao governo paraguaio, que negou. Os dois estão presos na Polícia Federal em Foz do Iguaçu e devem ser transferidos nesta sexta-feira (15) para Brasília.

Empresário brasileira também foi presa pela polícia paraguaia

Mais tarde, a polícia paraguaia divulgou que a ação desta quinta também prendeu a empresária Rieny Munhoz Marcula, de São Bernardo do Campo (SP). Havia contra ela uma mandado aberto no Brasil. Rieny também era procurada pela Interpol, apontada como financiadora de atos antidemocráticos.

Ela estava foragida desde 20 de janeiro. Era um dos dois alvos de mandados de prisão preventiva contra empresários de Campinas (SP) na primeira fase da operação Lesa Pátria, que mira financiadores e participantes dos atos de 8 de janeiro – ao todo, o STF expediu oito mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão na primeira fase da Lesa Pátria, que desde então teve outras 15 fases. 

Rieny Munhoz Marcula, que tinha duas empresas ativas no setor de beleza, com serviços de cabelo e manicure, teve os bens bloqueados após ser apontada como uma das financiadoras do transporte de envolvidos na invasão e depredação dos prédios públicos em Brasília.

Segundo documentos encaminhados à Advocacia Geral da União (AGU) pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), ela financiou o contrato de um ônibus com placas de Jundiaí (SP) que saiu de Campinas com 39 pessoas e chegou em Brasília na manhã de 8 de janeiro.

As ações que culminaram nas prisões dos brasileiros ocorreram graças à cooperação da Interpol e do Comando Tripartite, formado por forças policiais de Foz do Iguaçu, de Puerto Iguazú, na Argentina, e Cidade do Leste. Informações compartilhadas pelas autoridades brasileiras ajudaram. O pedido de cooperação foi feito pela Interpol há 15 dias.

 

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