Guerra no Oriente Médio

Lula conversa com presidente de Israel para agradecer liberação de brasileiros

Este será o segundo telefonema entre ambos desde o começo do conflito com o Hamas, em 7 de outubro

Por Renato Alves
Publicado em 16 de novembro de 2023 | 14:47
 
 
 
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversa, na tarde desta quinta-feira (16), com o presidente de Israel, Isaac Herzog, para agradecer a colaboração na saída de brasileiros da Faixa de Gaza. Este será o segundo telefonema entre ambos desde o começo do conflito com o Hamas, em 7 de outubro.

O grupo de 32 pessoas, entre brasileiros e palestinos, chegou ao Brasil na noite de segunda-feira (13), após idas e vindas na liberação para a travessia da fronteira com o Egito. Lula recepcionou os repatriados na Base Aérea de Brasília. Desde então, essas pessoas estão recebendo ajuda com documentação, saúde e moradia.

Já Lula, que após ser criticado, no início da guerra, por não condenar veementemente o Hamas, ter mostrado classificado o ataque de 7 de outubro como “terrorista”, voltou à mira de isralenses, países aliados e seus oposicionistas no Brasil por acusar Israel de “terrorismo” pelos bombadeios em Gaza.

“Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo, o Estado de Israel está cometendo mais um ato de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, que as mulheres não estão em guerra”, afirmou Lula.

A contraofensiva de Israel, que após três semanas de bombardeios pesados passou a atacar também por terra, com incursões principalmente no sul de Gaza, tem resultado em número elevado de civis mortos, em especial mulheres e crianças – essas são maioria entre as vítimas. 

Israel, que cortou o fornecimento de energia, água, alimentos e outros itens essenciais, agravando a crise humanitária em Gaza, não negou ter jogado bombas em escolas, creches e hospitais. Alegou que fez tudo isso para matar terroristas infiltrados entre os civis. 

Desde o início do conflito, Lula vem tentando o protagonismo da busca pela paz no Oriente Médio. em diversas ocasiões, ele e os diplomatas brasileiros defenderam um cessar-fogo imediato em Gaza. 

Na quarta-feira (15), o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) aprovou a primeira resolução relativa à atual crise humanitária na Faixa de Gaza. O texto foi apoiado pelo Brasil.

A resolução, com foco na proteção de crianças, foi proposta por Malta e aprovada com 12 votos a favor. Estados Unidos, Reino Unido e Rússia optaram pela abstenção. 

O texto pede pausas e corredores humanitários urgentes e prolongados em toda a Faixa de Gaza por um número suficiente de dias, para que ajuda humanitária de emergência possa ser prestada à população civil por agências especializadas da ONU, pela Cruz Vermelha Internacional e por outras agências humanitárias imparciais.

Lula lamenta morte de portugueses na Faixa de Gaza

Na manhã desta quinta, Lula lamentou a morte de três portugueses em bombardeio das forças de Israel no sul da Faixa de Gaza, no Oriente Médio. “Os civis de muitos países correm risco de vida e precisam ter atendido, no mais breve prazo possível, seu direito de repatriação”, escreveu nas redes sociais, manifestando suas condolências ao governo e ao povo de Portugal.

Os portugueses estavam entre os cerca de 3 mil estrangeiros que ainda aguardam para deixar Gaza pelo posto de Rafah, na fronteira com o Egito. De acordo com o ministro das Relações Exteriores de Portugal, João Gomes Cravinho, dois dos cidadãos mortos tinham menos de 18 anos. Para ele, a morte dos três portugueses e dois familiares diretos desses cidadãos “é mais uma prova de que este não é o caminho certo”. “Nós precisamos parar agora estes bombardeios”, defendeu.

Segundo Cravinho, as vítimas civis estavam na lista de 16 pessoas para serem repatriadas entregue por Portugal às autoridades de Israel e do Egito. O ministro informou que recebeu de Israel a indicação de que, nesta quinta-feira, sairão 10 cidadãos portugueses e familiares de Gaza, restando ainda três menores para deixar a região.

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, também lamentou as mortes na Faixa de Gaza e disse esperar que o grupo de civis com nacionalidade portuguesa saia do centro do conflito o quanto antes.

 

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