No feriado da Proclamação da República, celebrado nesta terça-feira (15), manifestantes ocupam a região em frente ao Quartel General (QG) do Exército, em Brasília, no Setor Militar Urbano (SMU), bairro do Plano Piloto onde ficam as principais instalações da corporação na capital federal.

O ato, que começou no início da manhã e deve se prolongar até a noite, pede intervenção federal, por meio das Forças Armadas. Também questiona a atuação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), do STF (Supremo Tribunal Federal), e o resultado das urnas eletrônicas, que chancelou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o presidente eleito do Brasil, derrotando o atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL).

Diversos manifestantes chegaram à Brasília entre a noite da segunda-feira (14) e a manhã desta terça-feira (15) por ônibus fretados. A reportagem do portal O TEMPO, que está no local, visualizou grupos do Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo.

Aliados de Bolsonaro também estão acampados em frente ao quartel-general. Esse movimento ocorre desde 30 de outubro, que marcou o segundo turno das eleições no país. Os gramados da Praça dos Cristais, em frente ao QG, estão ocupados com barracas de acampamento, tendas e stands comercias para venda de refeições e camisas do Beasil.

No local, também chama atenção diversas tendas de oração com pessoas ministrando cultos, fazendo a leitura da Bíblia e utilizando os versos do livro sagrado para defender a intervenção militar. Caminhoneiros também realizaram um buzinaço na região por cerca de 30 minutos. Uma motociata também é realizada pelas vias de Brasília por apoiadores de Bolsonaro.

Militares só observam manifestação 

Militares não estão agindo para impedir o cerco ao QG do Exército em Brasília. Carros e integrantes da instituição circulam normalmente pela manifestação. Soldados apenas reforçaram o entorno do quartel com cones e fitas de isolamento. 

Na última sexta-feira (11), as Forças Armadas divulgaram uma nota conjunta na qual afirmam apoio à democracia e ao estado democrático de direito, e dizem que as manifestações de apoiadores de abolsonaro que ocorrem após as eleições são legítimas, mas condenam “eventuais excessos”.

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