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Suposta fraude nos EUA torna Patrícia Lélis, jornalista brasileira, alvo do FBI

Acusada pela Procuradoria do Estado da Virginia de ter aplicado golpes financeiros em imigrantes com promessa de garantia de obtenção de visto, ela alega ser vítima de perseguição

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 15 de janeiro de 2024 | 21:33
 
 
 
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O júri federal do Estado da Virginia, nos Estados Unidos, indiciou a jornalista de Brasília Patrícia Lélis por fraudes financeiras no valor de U$ 700 mil, o equivalente a R$ 3,4 milhões. Isso fez com que o nome da brasileira, envolvida em episódios de denúncia e acusações no passado com políticos do Congresso Nacional, na lista de procurados pelo Federal Bureau Investigation, o FBI, órgão norte americano equivalente à Polícia Federal.

A denúncia foi divulgada pelo gabinete da Procuradoria dos EUA no distrito da Virgina. De acordo com as autoridades do órgão, Patrícia Lélis se apresentava a imigrantes como advogada de assuntos relacionados à imigração, com promessas de ajuda na obtenção de vistos E-2 e EB-5 de estadia no país. Este último garante residência permanente nos Estados Unidos e, em alguns casos, cidadania a quem esteja disposto a investir  “recursos substanciais” na criação de empregos em empresas norte-americanas.

Segundo a procuradoria norte-americana, a brasileira teria aplicado o golpe em setembro de 2021 com a garantia de que conseguiria o visto EB-5 para os pais de uma das vítimas. O serviço custou US$ 135 mil, pagos em duas parcelas, sob o argumento de que seria utilizado em um projeto de desenvolvimento imobiliário no Estado do Texas que qualificaria o pagante para o visto EB-5.

O indiciamento acusa Lélis de ter embolsado o dinheiro que acabou sendo utilizado na reforma dos “banheiros” da sua casa na cidade de Arlington, no Texas. “Em vez de investir o dinheiro conforme prometido, Lelis Bolin supostamente o usou para pagar a entrada de sua casa em Arlington, reformas de banheiros e pagar outras despesas pessoais, como dívidas de cartão de crédito”. diz a nota divulgada pelo procuradoria do distrito de Virginia.

A denunciante prossegue. “De acordo com a acusação, para encobrir o esquema e obter mais dinheiro, Lelis Bolin supostamente forneceu à vítima um tribunal distrital dos EUA falso, alegando um número de processo falso, que a mostrava como advogada. Lelis Bolin não é uma advogada licenciada. Ela também é acusada de ter falsificado formulários de imigração dos EUA, forjado múltiplas assinaturas e criado recibos falsos do projeto de investimento do Texas, todos os quais ela enviou por e-mail para uma vítima”, prossegue o texto.

Em uma publicação no seu perfil no rede social X, Patrícia Lélis nega as acusações e diz estar sendo vítima de perseguição do governo norte-americano por ter acessado documentos sigilosos que comprovariam o interesse do país no petróleo venezuelano.

Diante tudo isso, ela está sendo acusada de fraude eletrônica, transações monetárias ilegais e roubo de identidade agravado. Caso venha a ser condenada, os crimes somam penas de até 32 anos de prisão. 

No Brasil, Patrícia Lélis ganhou notoriedade como militante pró-aborto, mas mudou de posição e se aliou à tropa de choque do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2022, ela rompeu com o núcleo bolsonarista e passou a detratar seus integrantes, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL). Ela também acusou o deputado pastor Marco Feliciano (PL-SP) de tê-la estuprado em 2016. O parlamentar chegou a processá-la por denunciação caluniosa. A jornalista brasileira chegou a se filiar ao PT, mas, em 2021, teve pedido de expulsão apresentado contra ela.

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