Encontro de governadores

Zema aponta ‘retrocesso’ de Lula e diz que governo ‘tem olhado para o passado’

Governador discursou neste sábado (2) durante encerramento do Consórcio Sul-Sudeste (Cosud), em Porto Alegre (RS), e apontou o surgimento de um ‘novo Petrolão’

Por Hédio Júnior
Publicado em 02 de março de 2024 | 14:15
 
 
 
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O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), afirmou neste sábado (2) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem “olhado para o passado” e vivido “retrocessos” ao adotar medidas econômicas e discutir mudanças de reformas já aprovadas no país.

As declarações foram dadas por Zema no Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre (RS), durante o encerramento do encontro do Consórcio Sul-Sudeste (Cosud), grupo que reúne governadores dos sete estados das duas regiões brasileiras.

Sem citar o nome do presidente nem o Partido dos Trabalhadores, o governador disse que o governo federal caminha no sentido contrário dos estados do Cosud, que inclui, além de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina.

Romeu Zena ainda fez referências a discussões feitas em torno das mudanças na Reforma Trabalhista e na autonomia do Banco Central, tema que já foi abordado pelo presidente da República, e disse que eventuais alterações na Lei das Estatais vai acabar trazendo à tona um “novo Petrolão”, face da operação Lava Jato, da Polícia Federal.

“Infelizmente, de 1980 para cá, nós entramos naqueles países letárgicos de crescimento lento. O último dado que tive acesso, o Brasil representava 2,3% da economia do mundo, um retrocesso muito grande”, afirmou. E prosseguiu. "É lamentável que, depois do avanço da Reforma Trabalhista, temos gente que fica discutindo para desfazê-la. É lamentável que, depois da melhoria na governança das estatais, venhamos a perder tempo em desfazer esse grande avanço, que vai evitar que um novo Petrolão surja.”.

De acordo com Zema, entre 1900 e 1980 o Brasil viveu uma realidade de crescimento econômico semelhante à da China nas últimas décadas, mas que retocedeu com a queda do percentual da participação do país na economia mundial de 4% para 2,3%, nos últimos 40 anos. Isso se justificaria, de acordo com ele, em uma gestão voltada a “olhar para o passado”.

Reeleição de Lula

Apesar de reeleito para um segundo mandato em 2022, o governador Romeu Zema criticou a intenção do presidente Lula de se manter no poder “eternamente” ao final deste mandato. “Isso só contribui para um ambiente de insegurança, de instabilidade e principalmente de falta de credibilidade. Isso é uma ducha de água fria nos investimentos, disse ele".

"O que mais atrai investimento são regras claras e previsíveis e isso não temos assistido em um governo que o principal objetivo é só estender seus tentáculos para garantir reeleição e se perpetuar no poder eternamente”, disparou.

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