A corrida pela pílula do desempenho tem um novo protagonista: a tadalafila. Vendida sem receita, a medicação tem sido usada cada vez mais por jovens que não apresentam disfunção erétil, mas buscam garantir performance na cama - ou até na academia. Nesta segunda-feira (07), o Interessa recebeu o urologista Dr. Maxmillan Alkimin, que explicou por que o uso indiscriminado do remédio pode ser uma armadilha.

Segundo o especialista, a tadalafila é segura, sim - mas só quando indicada corretamente. Pessoas que usam medicamentos à base de nitrato, que têm sensibilidade à substância ou doenças cardíacas, por exemplo, correm riscos. “Tomar só para experimentar é uma faca de dois gumes”, diz Maxmillan. Além disso, o uso sem necessidade pode desencadear ansiedade de desempenho e até comprometer a resposta sexual.

O Interessa também ouviu relatos da audiência, com homens que já tomaram o remédio por curiosidade ou pressão. Alguns afirmaram sentir medo dos efeitos colaterais. Outros, disseram não conseguir mais se relacionar sem ele. E aí vem a pergunta: é prazer ou é insegurança travestida de superpotência?

O médico ainda explicou que o desejo sexual nasce da química, da conexão e da saúde mental. Em casos de depressão, por exemplo, o tratamento começa com psicoterapia - não com a pílula. “Relação sexual não é só ereção. Uma ereção prolongada não garante satisfação. Sexo é muito mais do que isso”, conclui.