Já ouvia falar em dismorfia financeira? O termo foi citado pelo The New York Times numa matéria recente... e ganhou os holofotes. Trata da distância que um indivíduo vê sua própria situação financeira e a realidade que vive. Tipo "gastar como e recebesse o dobro do salário". Isso pode causar sofrimento até para quem parece estar “apenas” poupando, acredita?

Hoje, a bancada feminina do Interessa Podcast, comandada por Renata Zacaroni e composta pela jornalista Thalita Martins e a fotógrafa Mariela Guimarães, recebeu a psicóloga Keila Calil para uma conversa profunda...

Segundo Keila, há pessoas que criam um pacto interno com o dinheiro, e quebrá-lo, mesmo que seja para comprar algo necessário, gera culpa e ansiedade. Muitas vezes, a família enxerga a necessidade do gasto, mas quem sofre com dismorfia acredita que está fazendo algo errado ao usar o próprio dinheiro. “Se pressionada, essa pessoa se desestabiliza ainda mais. O caminho é o diálogo com escuta, empatia e explicações racionais”, orienta.

A psicóloga também falou sobre a importância de desenvolver autoconsciência e autorregulação emocional. “A gente não é o que pensa. Mas muitas vezes se identifica com os pensamentos: ‘sou mesquinho’, ‘sou ansioso’... e isso não tem que virar uma verdade na cabeça”, explicou. Para Keila, o consumo desenfreado muitas vezes vem da busca por pertencimento, o medo de ficar de fora faz com que as pessoas tentem “comprar” aceitação. “Pertencimento de verdade é onde você pode entregar algo único”, finaliza.