Escuta depois de um ataque de raiva? Nada. Muitas vezes, mulheres recebem neste momento adjetivos: exageradas, descontroladas, histéricas, desequilibradas. É como se o simples fato de se irritarem as colocasse automaticamente fora de cena. E será que alguém pode sentir raiva em paz?

A raiva, em alguns corpos, é lida como força - leia-se homens. Em outros, ameaça. O problema não está na emoção em si, afinal, toda emoção é legítima, tem função e carrega uma mensagem. O problema é quem tem ou não “permissão” para senti-la. Homens com raiva são fortes. Mulheres, loucas. Pessoas negras, perigosas. Crianças, malcriadas. Existe, sim, uma raiva que desrespeita, agride, fere. Mas também existe uma raiva que transforma. Psicoterapeutas como Jennifer Cox, que estudou o tema com mulheres de vários países, aponta: há um padrão global de raiva feminina contida, que aparece disfarçada de ansiedade, depressão ou enxaqueca. E isso tem um custo alto demais. 

A gente, por tanto reprimir, não sabe nem reconhecer a raiva? E aí somos 'diagnosticadas' com um transtorno? E medicadas para lidar com uma emoção que não pode ser expressada? Sua raiva é escutada ou silenciada? Por que a gente entende com tanta força que a raiva é só negativa? 

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