As startups estão atraindo cada vez mais os jovens, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Startups (ABStartups). Das empresas cadastradas na base de dados da entidade, 72% são lideradas por empreendedores de 25 anos a 40 anos de idade.

A estudante de economia Luiza Arantes, 19, começou a atuar nessa área bem antes da maioria. Ela e mais três jovens têm uma startup, a Cori Saúde, que começou a ser desenvolvida nos tempos em a jovem fazia o ensino médio na Escola do Sebrae. “Quando comecei a estudar as startups, fiquei interessada pela estrutura organizacional, que é horizontal, o que permite que todos os envolvidos sejam ouvidos. E o jovem quer ser escutado”, diz.

Ela conta que desenvolveu um aplicativo ao perceber uma necessidade de familiares e cuidadores de idosos. Com o app, todos os registros de informações médicas e da saúde do idoso são compartilhados. Dessa forma, é possível acompanhar o dia a dia do paciente de qualquer lugar. Também são gerenciados os medicamentos e valores vitais, como pressão e temperatura.

Empreendedores. De acordo com dados do relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM), produzido no Brasil pelo Sebrae, em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), o número de empreendedores entre 18 anos e 34 anos, que estão envolvidos na criação do próprio negócio, cresceu em 2017. Já são mais de 15,7 milhões de jovens que estão desenvolvendo um negócio ou que já têm empresa com até três anos e meio de atividade, sendo que a opção pelas startups é uma das mais atrativas.

O professor Aléssio Miranda Júnior, 34, também tem um startup, a Influenzer, que tem como objetivo aumentar a interação e o engajamento das empresas com os clientes nas redes sociais. A solução é uma plataforma de fidelização, que funciona como um programa de recompensas, gerando pontos baseados nas interações nas redes sociais e emitindo, para as empresas, relatórios sobre o comportamento dos consumidores.

Para Miranda Júnior, vários fatores fazem com que os jovens optem pelas startups, entre eles está a economia desaquecida, que não oferece vagas suficientes para os mais novos. “Agora, tem o jovem que não é atraído pela economia tradicional”, observa.

 

Empresas retratam as mudanças

A falta de opções no mercado tradicional de trabalho pode empurrar, por necessidade, o jovem para o empreendedorismo, segundo o analista de markting do Sebrae Minas, Rafael Tunes Fonseca. Porém, ele acrescenta que não é apenas a falta de emprego que faz o jovem abrir um negócio. “As startups são um fenômeno da nova economia, que pede empresas que possam resolver problemas das pessoas, o que atrai muitos jovens, que também são consumidores das startups”, observa.

Não é para menos que o número desse perfil de negócios praticamente dobrou na comparação com os últimos seis anos, segundo a ABStartups. Hoje, são cerca de 6.000 no país, número que será maior, por volta de 10 mil a 15 mil. Só que muitas ainda estão na fase de ideias e nem todas têm o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).