O maior medo da costureira Geralda Menezes é uma velhice “no sofá”. “Não tomo nenhum remédio”, comemora. Ela celebra seus 82 anos nesta segunda-feira (13/02) de Carnaval desfilando com o bloco Baianas Ozadas, um dos maiores da folia belo-horizontina.

“É uma energia positiva, todo mundo está aqui para se divertir. Eu agradeço a Deus por ser tão audaciosa e estar em um bloco, em corridas, em caminhadas de montanha até hoje. Deus tem sido generoso com a minha velhice”, alegra-se.

Ela participa da lavagem da escadaria da igreja de São José, que precede o desfile do bloco e faz referência à lavagem do Bonfim, uma das maiores celebrações religiosas de Salvador.

Geralda acompanha a amiga Ivone Gramiscelli, 72, que a chama de “mainha”. “Sempre estamos em blocos. Ontem desfilamos no Pena de Pavão de Krishna. E também somos maratonistas, estamos sempre na São Silvestre, na volta da Pampulha”, conta Geralda.

As expectativas para o desfile do Baianas, especialmente para a lavagem, são as maiores neste ano. “É um momento único. Até ‘arrepeio’”, conclui Ivone, mostrando o braço arrepiado e sorrindo.

 Lavagem da escadaria da igreja de São José

Às 8h desta segunda-feira (12/02) de Carnaval, sinos ecoaram na igreja de São José, na avenida Afonso Pena. Nas escadarias, membros de terreiros de candomblé preparavam-se para iniciar um ritual que se tornou tradição do bloco Baianas Ozadas, um dos principais desta segunda, a lavagem das escadas. O ato é uma celebração do sincretismo, demonstrando uma união harmônica entre catolicismo e religiões de matriz africana.