O Carnaval de Belo Horizonte atrai cada vez mais pessoas e, de fato, entrou no roteiro do folião brasileiro. Se em 2023 a festa teve 5,25 milhões de pessoas circulando pela cidade, a expectativa para este ano é de que a festa movimente 5,5 milhões de foliões nos mais de 500 cortejos. Se de um lado há aqueles que adoram ocupar as ruas nesta época do ano, por outro há quem prefere a calmaria ficando em casa ou em sítios. Alguns até deixam a capital em busca de sossego.

A pedagoga Bárbara Bruna Sabino, de 37 anos, gosta do Carnaval e da movimentação que a festa traz para a cidade. No entanto, opta por não frequentar os blocos. "Cheguei a ir uma vez nos blocos, mas presenciei muitas brigas. O que era para ser apenas diversão acabou se tornando algo pesado. Não gostei do clima", conta.

Para curtir os dias de descanso, Bárbara Bruna destaca a programação que faz com o companheiro Diego, a filha Laura e a família. "Já levamos uma vida muito agitada, então acabo preferindo estar em lugares mais sossegados e tranquilos. A minha opção é sempre evitar os lugares com aglomeração, e isso acaba valendo para todos os feriados. Gosto de ir para sítios e chácaras, mas perto de casa para não ficar agarrado na estrada”.

Outro motivo para evitar os blocos do Carnaval de BH é a filhinha de 6 anos. "A Laura é ainda bem pequena e não gosta muito de bagunça. Ela acaba ficando assustada com o barulho, então preferimos o sossego. Apesar disso, acho o Carnaval de rua necessário e muito importante, pois movimenta a economia, gerando emprego e renda, além de atrair turistas. Gosto de ver apenas pela televisão", pontua. 

Diversão em casa

A estudante Mayra Passos, de 17 anos, pretende passar os dias de Carnaval em casa. “Não sou fã [da folia]. Acho que, principalmente, devido à agitação e lotação nas ruas”. Ela também demonstra preocupação com a segurança. “Fica muito perigoso, principalmente para mulheres e jovens, que é o meu caso”, diz.

“Prefiro ambientes mais serenos e tranquilos. Muitas vezes encontro mais satisfação em outras atividades”, complementa. Mayra é moradora do bairro Santa Inês, na região Leste de Belo Horizonte, uma das mais frequentadas nos dias de Carnaval. Ela admite sentir desconforto nos dias de folia.

Confraternização com amigos

A estudante Brenda Gomes, de 25 anos, afirma que vê o Carnaval como uma festa “culturalmente linda”. Contudo, ela diz se sentir incomodada com a “muvuca” (aglomeração de pessoas que emitem muito barulho). “Não tenho muita paciência para lugares lotados, falta de banheiro limpo, gente pisando no meu pé”, afirma.

Nos dias de Carnaval, Brenda pretende reunir amigos em uma confraternização. Apesar disso, ela reconhece a força que a folia de BH ganhou nos últimos anos. “É muito bonito ver que o Carnaval de BH cresceu e ver pessoas de outros estados vindo prestigiar a folia daqui”, afirma.

Folia fora de BH

Viajar no Carnaval pode não significar falta de gosto pela festa. É o caso da terapeuta Ana Carolina Almeida, de 42 anos, que curte blocos mais calmos. Nos dias de Carnaval deste ano, ela viajará, acompanhada dos filhos de 7 e 12 anos e do marido, para Catas Altas da Noruega, na região Central de Minas Gerais.

“Eu tenho meus momentos. Gosto de duas coisas: de bloquinhos, da festa e da alegria. Mas eu amo interior. Ficar quietinha, contemplar a natureza. Gosto de ter um momento para as duas coisas”, contou Ana, que vai aproveitar o período de pré-Carnaval para ir aos bloquinhos mais calmos. “É bastante extenso [o período oficial do Carnaval], então dá para fazer as duas coisas”, finaliza.