No Brasil, a expressão “pra cachorro” é usada para designar intensidade, geralmente assinalando exageros. A frase “Belo Horizonte tem Carnaval pra cachorro”, por exemplo, pode carregar esse significado. Mas, às vezes, mais que uma gíria, a frase pode adquirir um sentido literal. Foi o que aconteceu neste domingo (23), quando estreou na folia o bloquinho AUlegria, que reuniu famílias multiespécies na praça Floriano Peixoto, um refúgio arborizado na região Centro-Sul de BH.

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Com concentração às 10h30, humanos e pets devidamente fantasiados foram embalados pelo som do projeto social Fanfarra Dr. Eduardo Levindo Coelho, que incorporou 24 crianças e adolescentes, de 10 a 14 anos, na bateria.

O destino do cortejo, que percorreu três quarteirões, foi a sede da MetroPet, uma empresa especializada nas despedidas e homenagens fúnebres de animais de estimação. No lugar, foi realizado um desfile de fantasias com os bichinhos presentes, resultando na premiação dos três melhores adereços, que levaram, cada um, uma cesta de itens para cães.

As crianças, que, claro, marcaram presença no evento, também ganharam seus mimos, incluindo a distribuição gratuita de picolés e pipoca. Já os adultos encontraram um espaço para reabastecer as energias com café, biscoito, água e até um sofá.

Criançada curtiu o domingo com os animais. Foto: Alex de Jesus

'Criar ambientes petfriendly é essencial’, diz organizadora

Vivianne Brasil, CEO da MetroPet, compareceu com a Channel, uma Lulu da Pomerânea, a tiracolo.

“Eu acho que, hoje, não podemos mais deixar o animal de fora, porque a família multiespécie é uma realidade. Por isso, entendemos que trazer essa proposta seria fundamental”, destaca, feliz com o movimento que o bloco atraiu em seu primeiro desfile. Para ela, a adesão à iniciativa só comprova como “criar ambientes petfriendly se tornou essencial atualmente”, como argumenta.

Quem também parecia satisfeita era Estrela, uma Gold Retriever, gerente de acolhimento da empresa, que se apresenta como norteada pelo propósito de “cuidar e celebrar a vida daqueles que fazem parte das nossas famílias”.

“A Estrela recebe as famílias e pets que perderam um dos membros animais da família, faz esse acolhimento terapêutico”, conta Vivianne. Hoje, porém, a cachorra interagia com outros animais e humanos em um clima diferente, com direito a confete, glitter e marchinha carnavalesca. “Foi um sucesso! No ano que vem, faremos de novo”, garante a gestora.