O Bloco Garotas Solteiras, um dos mais tradicionais do Carnaval de Belo Horizonte, não sairá às ruas em 2025. Este é o segundo ano consecutivo em que o cortejo está de fora da folia da capital mineira. A ausência, segundo os organizadores, ocorre por questões financeiras. No entanto, o bloco projeta voltar a desfilar em 2026."A gente tentou voltar neste ano, mas ainda não foi possível. 2026 é o nosso limite, e espero que tudo dê certo", disse Matheus Brisola, de 30 anos, um dos coordenadores do bloco.
No ano passado, quando optou por não desfilar, o Garotas Solteiras justificou que a decisão considerava "os novos desafios impostos pelo crescimento do bloco". Em 2023, quando foi realizado o último cortejo do bloco, mais de 400 mil pessoas compareceram no desfile, conforme os organizadores. "O bloco cresceu muito e a demanda financeira também. Decidimos, então, que era o momento de repensar a organização e a questão do patrocínio. Só o recurso da prefeitura não é o suficiente", acrescentou Matheus.
De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, mais de R$ 3 milhões foram destinados para os blocos de rua da capital. O auxílio financeiro foi destinado a 101 blocos, atendidos pelo Edital de Auxílio Financeiro, publicado no fim do ano passado. Os valores foram divididos em três categorias (A, B e C). “O auxílio financeiro destinado aos Blocos de Rua do Carnaval de Belo Horizonte é uma iniciativa fundamental para o fortalecimento da nossa cultura e do turismo local. Ao investir diretamente nos grupos que tornam a festa única, a Prefeitura reafirma seu compromisso em valorizar a identidade cultural de Belo Horizonte", disse Bárbara Menucci, presidente da Belotur, à época.
História
O Garotas Solteiras foi criado em 2016, e fez o seu primeiro cortejo no ano seguinte (2017). O surgimento do bloco foi inspirado na diva pop Beyoncé. Um grupo de amigos "batizou o cortejo" a partir da tradução livre de um dos hit mais icônicos da diva, o “Single Ladies (Put A Ring On It)”.
A proposta do bloco é promover uma festa marcada pelo respeito, liberdade e representação feminista e LGBTQIA+.