Há 12 anos, quando o Carnaval de Belo Horizonte começava a dar sinais de crescimento, a catuçaí - uma mistura simples de catuaba e açaí - era o combustível quase que oficial dos foliões na capital mineira. E uma década depois, a família do ambulante Franklin Felipe, de 32 anos, resiste à industrialização das bebidas em lata, que se tornaram as queridinhas da festa momesca, para levar a catuçaí à folia.
Neste ano, o sexto que Franklin trabalha vendendo a bebida, são seis carrinhos da empresa fundada pelo tio, em 2013, vendendo o drink em meio aos blocos que desfilam na capital mineira. Segundo o ambulante, a escolha pela catuçaí se dá para fortalecer o negócio familiar. “Mas também porque é uma bebida que não tem concorrência, ninguém consegue imitar o jeito, o estilo que o meu tio faz a bebida”, contou.
As características, de acordo com ele, são certeiras para o Carnaval. “É uma bebida marcante, refrescante, além de alimentar, ela hidrata”, citou Franklin. As vendas, garante, têm sido um sucesso. “Vende muito, graças a Deus”, celebrou.
Franklin destacou que a bebida seguirá sendo comercializada pela família no Carnaval de BH. “Quando meu tio começou com a catuçaí, BH ainda nem tinha Carnaval e o negócio foi aumentando, crescendo e também crescemos a equipe. Então, o catuçaí, além de ser familiar, ele lembrar as raízes do Carnaval de BH mesmo”, complementou.
A especialista de marketing Luiza Demer, de 29 anos, aprovou a venda do catuçaí que, segundo ela, está mais escassa no Carnaval de BH. “Mas ainda assim eu sempre encontro pelo menos uma pessoa vendendo”, relatou. “Todos os dias quando eu chego, é a minha primeira bebida do dia”, acrescentou a foliã.