Polo comercial localizado no coração do bairro Cidade Nova, na região Nordeste de Belo Horizonte, a avenida Alberto Cintra é conhecida por oferecer uma gama de bares, restaurantes e outros tipos de estabelecimentos que, em finais de semana, principalmente, costumam ter um grande movimento de clientes. Porém, durante o período do Carnaval, essa movimentação tende a cair, por conta da dispersão de pessoas pelos blocos da folia belorizontina. O TEMPO foi até a Alberto Cintra e ouviu relatos de alguns comerciantes do local que, nessa tarde de terça-feira de Carnaval (4 de março), tem movimento ameno. 

Sorveteria: foliões param para se refrescar 

Daniel Faustino tem 31 anos e é atendente em uma sorveteria na Alberto Cintra. Ele afirma que, durante o Carnaval, o movimento foi maior em relação aos dias normais, já que os foliões, em meio ao calorão, pararam para se refrescar com um ‘gelato’. Porém, para Daniel, dava para ser melhor.

“A expectativa era um pouco maior. Aqui na rua tivemos bloco só um dia e tinha bastante gente, mas não tinha tanta gente igual ao que esperávamos. Mas foi muito bom o movimento. Muitos foliões passaram aqui para se refrescar”, reiterou Daniel.

Padaria: movimento baixo entre foliões

Para Felipe Mendes, de 25 anos, atendente de uma padaria na via, a sexta-feira (28 de fevereiro) foi o dia com maior registro de clientes. Porém, nos outros dias do Carnaval , o movimento foi abaixo da expectativa. 

“Na sexta-feira, que foi o dia que teve o bloco aqui, tivemos um movimento bacana, nos demais dias foi mais fraco, vindo um ou outro folião. Recebemos estrangeiros, pessoal de outros lugares do Brasil, uma quantidade de turistas bem bacana. O pessoal é receptivo, tranquilo, não tivemos nenhuma confusão, o policiamento foi muito legal”, relatou Felipe. 

Pizzaria: público familiar foi a grande carência 

O proprietário de uma pizzaria na Alberto Cintra, ‘Juninho Pizzaiolo’, de 44 anos, afirmou que o período do Carnaval para o setor de restaurantes não é muito bom, pois o público que frequenta a folia é mais jovem e prefere os bares do local. Ele explica que o público que frequenta a pizzaria é mais familiar, e que no Carnaval esse tipo de pessoa prefere viajar e aproveitar a tranquilidade - fator que diminuiu o movimento no estabelecimento. 

“Belo Horizonte tem folia na cidade inteira, espalhada em todos os quatro cantos da cidade. Quem não está no meio da folia, está nos bares. Então, esse povo, nossa família, prefere o que? Um clube, um sítio, um lugar mais distante um pouco da capital, procura mais tranquilidade. Então, talvez atrapalhe um pouco no sentido da família, que visa sentir mais segurança para frequentar os restaurantes”, disse Juninho.

‘Juninho Pizzaiolo’, proprietário de uma pizzaria na Alberto Cintra

Bar: movimento razoável, que poderia ter sido melhor 

Jeferson Rodrigues, de 28 anos, gerente de um bar na região, afirmou que o Carnaval é um período em que a galera deixa de ir em bar para ir para os blocos. Porém, ele relatou que, nos últimos dias, o movimento foi acima do esperado, pois os foliões saem do bloco com fome, passam no local e fazem um lanche.

“Se for levar em consideração, o Carnaval está mais ali pareado com um final de semana. Um dia tem muita gente, outro dia tem pouca gente, então costuma variar bastante. E o nosso faturamento está acima das expectativas nesses dias”, pontuou Jefferson.