Com tradição de desfilar em pontos diversos de Belo Horizonte e região metropolitana, sempre com a proposta de chamar a atenção para questões ambientais e sociais, o bloco Pena de Pavão de Krishna (PPK) se concentra, na manhã deste domingo (19/2), na praça do Papa, no Mangabeiras, na região Centro-Sul da cidade, aos pés da serra do Curral. A proposta é justamente manifestar pela preservação do monumento durante o Carnaval 2023.

A gestora cultural Andreza Coutinho, de 44 anos, que é representante do bloco, lamenta o não funcionamento do metrô. "O PPK é sempre um bloco grande. Obviamente, a gente depende do metrô. As pessoas precisam ter acesso. Mas a gente sempre sugere e propõe as caronas solidárias. Então, não vir sozinho em um carro. As pessoas têm vindo de app, de bicicleta, à pé. As pessoas chegam", diz.

O trio elétrico do PPK está na rua Professor Lair Ramusat Renno, 350, no Mangabeiras. Como tradição, integrantes do Movimento Hare Krishna entoam cantos, acendem incensos e participam de um piquenique aberto a todos, na praça do Papa. Em seguida, por volta das 9h, está programado o início do cortejo dos foliões pelas ruas do bairro, passando pela portaria 1 do parque da Serra do Curral, na avenida José do Patrocínio Pontes.

Histórico

O PPK surgiu em 2013 em BH. De lá para cá, apresentou-se em pontos variados da cidade e de municípios vizinhos para dar visibilidade a questões ambientais e sociais. Entre eles, fez cortejo no Barreiro, pela preservação das nascentes; em Caeté, na região metropolitana da capital, em nome da conservação das águas da serra do Gandarela.

Mineração suspensa

A Justiça Federal suspendeu as atividades das mineradoras Gute Sicht e Fleurs Global, que atuavam na serra do Curral, em Belo Horizonte. A decisão da juíza Gabriela de Alvarenga Silva ocorreu depois de investigação da Polícia Federal (PF) que demonstrou que os documentos apresentados pelas empresas para a extração de minério foram obtidos de maneira irregular. 

A Gute, por exemplo, usou certidão de licença de licenciamento ambiental dada à atividade de terraplanagem para uma terceira empresa. Também utilizou-se de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para conseguir a licença junto à Agência Nacional de Mineração (ANM). A perícia descobriu que os TACs firmados com o Estado foram renovados várias vezes e apresentavam irregularidades. 

As mineradoras alegaram a falsa construção de garagem para minerar por um ano sem ter qualquer autorização. Mesmo após conseguirem permissão junto à ANM, elas não tinham a permissão da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), visto que a área é tombada. Três empresas e duas pessoas foram indiciadas pela PF.