Integrantes de Corpo de Bombeiros, Samu, Polícia Militar de Minas e Guarda Municipal se uniram aos familiares e amigos do capitão Wilker e dos sargentos Welerson e Gabriel, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, no cemitério Bonfim, região Noroeste de Belo Horizonte, no fim da tarde deste domingo (13). Os três militares, após serem velados no bairro São Luiz, na manhã de domingo, foram enterrados sob o som de aplausos, mas também de choro. Eles estão entre as seis vítimas da queda do avião Arcanjo 04, em Ouro Preto, região Central de Minas Gerais, na última sexta-feira (11).
Os corpos saíram do colégio Santa Marcelina, na Pampulha, onde ocorreu o velório, por volta de 15h40, e chegaram ao cemitério pouco após as 16h. O cortejo percorreu a avenida Antônio Carlos. A sirene dos caminhões dos Bombeiros deu o tom do percurso, que foi acompanhado por amigos, familiares e teve também a atenção de curiosos que andavam pela via.
No momento do enterro, familiares não conseguiram segurar as lágrimas, que em alguns momentos deram lugar aos aplausos de todos os presentes às vidas de Wilker, Welerson e Gabriel. O deputado estadual Pedro Aihara, que já havia marcado presença no velório, também compareceu ao cemitério para uma última despedida.
ADEUS
— O Tempo (@otempo) October 13, 2024
Familiares, amigos e colegas de profissão encheram o cemitério Bonfim, em Belo Horizonte, para se despedir do capitão Wilker e dos sargentos Welerson e Gabriel, todos do Corpo de Bombeiros. Eles estavam no helicóptero Arcanjo 04, que caiu em Ouro Preto, na região Central. pic.twitter.com/2sLmIgWyIy
'Muito empenhado', diz mãe do capitão Wilker
Contida, com voz baixa e visivelmente abalada, a mãe do capitão Wilker, Wilde Mary, descreve o militar como um filho "maravilhoso" e um profissional muito empenhado. Uma das características que a mulher considera marcante é a dedicação do filho para ajudar os familiares.
"Muito empenhado de tudo que ele fazia. Ótimo filho, sempre amparou a família dele, tanto da mãe e dos irmãos, como hoje a família dele com a esposa e os filhos. Um presente de Deus. Ele já veio e já cumpriu todo o propósito que ele tinha na vida dele", descreve.
Wilker deixa três filhos, sendo duas meninas, de três e 16 anos, e um menino, de cinco. Na hora do enterro, as duas filhas também foram às lágrimas e precisaram ser amparadas por familiares. Os familiares do capitão, diz Wilde, estão se amparando uns nos outros.
"Estamos ajudando a esposa, que está amparando essas crianças, inclusive um dos filhos dele que é autista. A gente está aí junto, nossa família toda, que graças a Deus s é muito unida. Agora a gente vai tentar seguir", disse.
Amiga do sargento de Welerson: 'Anjo na terra'
Além de ter comparecido ao enterro como representante da prefeitura de Brumadinho, na Grande BH, a ex-chefe do departamento de turismo da cidade e atualmente social media Cristiane Vieira de Sousa, também foi ao enterro para homenagear, em especial, o sargento Welerson, de quem era amiga pessoal. Devido ao abalo da perda do amigo, a mulher precisou fazer algumas pausas e três as declarações que deu à imprensa. Ela agradeceu ao sargento e ao Corpo de Bombeiros pela atuação na tragédia de Brumadinho. "Venho em nome de todos os brumadienses agradecer toda a corporação pelo trabalho que prestaram, não só sargento Welerson", disse.
Há mais de 20 anos amiga de Welerson, Cristiane é só elogios ao amigo. A mulher define Welerson como 'uma pessoa incrível'. "Ele era o anjo aqui na terra e agora tem as asas próprias. Vai continuar voando por aí, continuar olhando por nós", declara Cristiane, que vai guardar no coração a garra e a fidelidade do sargento.
"Amigo, leal, fiel, batalhador, superando muitas tristezas de ossos do ofício, para continuar nos bombeiros, que sempre amou. Superação atrás de superação, mas ele nunca abriu mão da missão dele", afirma. Welerson tinha 43 anos e deixa esposa e uma filha.