Após uma onda de ataques e indicativos de massacres nas escolas mineiras, no ano passado, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o Governo de Minas lançaram, nesta quinta-feira (3), o projeto 'Com viver'. A ideia é treinar os professores, que a partir de então, serão capazes de identificar possíveis situações de risco e executar ações que evitem ataques.
A professora da rede estadual de ensino Andreza Neres integra o grupo, formado por 68 docentes, que 'encabeça ' o programa. A educadora será uma das responsáveis em repassar aos demais professores do ensino público do estado, as técnicas de observação comportamental aprendidas com instrutores da Polícia Federal (PF).
Para facilitar os trabalhos foi traçado um perfil do aluno que possui 'potencial para ataques' - adolescentes entre os 12 e 17 anos, que assumiram um comportamento introspectivo, muitas das vezes, por serem vítimas de bullying.
" Eu e outros professores fomos preparados, na semana passada, por educadores capacitados da Polícia Federal. Vamos passar para os educadores esta capacitação para que todos estejam preparados. Vamos trabalhar na prevenção, e ficar atentos aos sinais do que pode levar um aluno a se transformar num possível candidato a ataques. Com esse treinamento, além de educadores vamos poder também salvar vidas", destacou a docente.
A coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Defesa da Educação do MPMG, Ana Carolina Zambon frisa que a violências nas unidades de ensino sempre existiram. Porém, atualmente, é necessário retomar a cultura de paz nas escolas.
"A violência escolar sempre existiu, e não é algo novo. Ela faz parte do processo de formação de cidadania e de identificação da própria identidade. As famílias tem pensamentos diversos e esses alunos se encontram dentro da escola e isso naturalmente gera um conflito. A escola sempre foi um local para a intervenção pedagógica no sentido de que esses conflitos sejam solucionados por meio do diálogo e não da força. O que a gente identifica, hoje, é que precisamos retomar a cultura de paz nas escolas", pontuou Ana Carolina.
Para o Governado de Minas, Mateus Simões o projeto se trata de uma oportunidade de realizar um trabalho integrado que garanta que a discriminação, preconceito e ódio sejam afastados da realidade escolar.
"Infelizmente temos convivido em ambientes que a violência e a intolerância tem crescido dentro do ambiente escolar. Essa é uma característica mundial. Temos que ser intolerantes com a intolerância. E por isso, são os mais de 200 mil professores que estão dentro das salas de aula, que serão capacitados para verificar o comportamento de risco dos alunos e, assim, reverter o cenário de possível conflito", destacou.