Os três acusados de sequestrar, matar apedrejada e abandonar o corpo de Larissa Estefany da Silva Rodrigues, aos 17 anos, na Várzea das Flores, em Contagem, começam a ser julgados no fórum da cidade, na região metropolitana de Belo Horizonte. O assassinato ocorreu no dia 5 de novembro de 2022 e ficou marcado por um vídeo viral em que a vítima foi gravada sendo aprisionada à força no porta-malas de um carro

Bruno Borges de Souza Pereira, Gabriela Rodrigues Bispo e Ramon Gibson Costa foram submetidos a júri popular. O conselho de sentença é formado por sete jurados, cinco mulheres e dois homens, pessoas comuns da sociedade e escolhidas por sorteio. O Ministério Público de Minas Gerais e as defesas dos três acusados gastaram, cada um, as três recusas de jurados antes da consolidação do conselho.

Gabriela está presente no fórum, enquanto os dois homens participam on-line, por estarem presos no Rio de Janeiro. Ela está vestida de conjunto moletom branco e com os cabelos presos. Ao menos oito testemunhas, tanto de defesa quanto acusação, irão depor.

Julgamento ocorre sem manifestações 

Ao contrário do que é comum em julgamentos de crimes contra a mulher, marcados por manifestações e afixação de faixas de repúdio, a fachada do Fórum de Contagem está vazia. Quem passa pela calçada, não imagina o tipo de crime que está sendo julgado no local. 

A família de Larissa também está tímida entre as cadeiras do público. A única representante é a tia da vítima, Camila Ferreira da Silva, que, por estar muito ansiosa, ainda não consegue falar sobre a expectativa da sentença. Dias antes do julgamento, ela compartilhou ao O TEMPO que aguarda que os suspeitos "paguem pelo que fizeram".

Relembre o caso

De acordo com investigação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) a época do crime, a vítima foi sequestrada de um baile funk, em novembro de 2022, onde se encontrou por coincidência com os autores, que tinham envolvimento com o tráfico de drogas. De lá, foi levada para a Várzea das Flores, em Contagem, espancada, torturada e morta a pedradas.

Imagens que circularam nas redes sociais mostraram na época Larissa sendo agredida e aprisionada à força no porta-malas de um carro. A ação ocorreu em meio a outras pessoas que ficaram inertes perante às agressões e acendeu um alerta para a impiedade da atuação do tráfico de drogas. Na ocasião, suspeitos disseram que tinham desavenças com Larissa, que de acordo com um deles, por ela “causava intrigas”.