Um homem de 23 anos morador de Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi indiciado pela morte do engenheiro Ricardo Rabello Buchmayer, de 54 anos. A vítima foi encontrada morta no dia 30 de junho, em um terreno baldio no bairro Nova Cachoeirinha, região Noroeste de Belo Horizonte. O suspeito do crime está foragido e teria cometido o crime por razões patrimoniais.
A vítima, diz a investigação, tinha o hábito de usar aplicativos para marcar encontros com outras pessoas, normalmente aos fins de semana. Porém, desde o início de 2024, ele passou a sair mais com o suspeito do crime. No dia 26 de junho, a vítima marcou, por mensagem, para dormir na casa do autor no dia 29. Já no dia 30 de junho, o corpo do engenheiro foi achado em uma mata do bairro Nova Cachoeirinha.
“O corpo estava muito manipulado, machucado, muito preso. Nós iniciamos as investigações e chegamos até o veículo dele, que também tinha sangue. Não conseguimos precisar se o veículo foi o local da morte ou se foi utilizado apenas para transportar o corpo, que foi jogado no terreno”, diz o delegado Lucas Nunes, titular da Delegacia de Homicídios Noroeste de Belo Horizonte.
Com uma análise da vida pregressa da vítima, os investigadores descobriram sobre a relação do engenheiro com o suspeito e, por meio dos dados do celular, descobriram que ele foi para Esmeraldas, para a casa do investigado. A residência fica perto do local onde o carro de Ricardo foi achado. E logo após o crime, segundo o inquérito, o suspeito fez movimentações bancárias na conta da vítima.
“Foi feita uma análise, tanto telefônica quanto bancária, e com análise telefônica e bancária, mesmo que a gente não tivesse testemunhas presenciais do homicídio, percebemos também uma delapidação do patrimônio da vítima. Com isso, nós concluímos com a autoria bem definida com esses elementos que foram coletados”, diz Lucas Nunes, segundo o qual indiciado retirou cerca de R$ 40 mil da conta do engenheiro morto.
Também de acordo com a PCMG, desde o início do relacionamento, Ricardo Rabello presenteava o suspeito. Conforme a PCMG, o homem indiciado é um ex-garoto de programa, que já teve ações parecidas de extorsão contra homens mais velhos.
“Ele tem outras passagens de policiais, com crimes bem semelhantes a isso que foi cometido. Geralmente ele se envolvia com um homem um pouco mais velho com interesses patrimoniais em relação a esse homem, e ele acabava fazendo pedidos de presente, doações. Se isso fosse negado, ele respondia de forma mais agressiva”, revela o delegado.
Após o crime, o suspeito fugiu e abandonou a casa onde morava. Ele pode responder por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e ação dissimulada que dificultou a defesa da vítima. A pena pode atingir 30 anos de prisão.
Relembre o caso
No dia 30 de junho de 2024, o carro que seria de um engenheiro desaparecido foi encontrado pela Polícia Militar de Minas Gerais em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. O Toyota Yaris estava abandonado em via pública, com as portas dianteiras destrancadas e com vestígios de sangue.
O veículo foi encontrado em uma segunda-feira (1º de julho). Foram encontradas marcas de sangue no encosto do banco traseiro e do banco do passageiro. Duas facas foram recolhidas no interior do carro também sujas de sangue, além de uma corda. A PMMG ligou para o irmão do engenheiro, que disse não saber onde o familiar estava e que não conseguia contato com ele.
Durante o registro de ocorrência do encontro do veículo, a polícia descobriu que o engenheiro tinha sido vítima de homicídio no domingo (30 de junho) e que o corpo já estaria no IML de Belo Horizonte. Segundo boletim de ocorrência, um corpo foi encontrado no bairro Nova Cachoeirinha, na capital mineira. A vítima estava em um lote vago em meio ao moto.
Militares encontraram o corpo com o rosto amordaçado por fita adesiva, cobrindo nariz e boca. Nenhuma câmera de segurança flagrou o crime e nenhum morador das redondezas conseguiu ajudar nas investigações. O perito identificou que o corpo masculino tinha aproximadamente 45 anos, sem tatuagens, e ainda estava com as mãos amarradas por uma camisa branca. Como não havia documento com a vítima, ela não foi identificada naquele momento.