A defesa do motorista da carreta envolvido no acidente com 41 mortes na BR-116 garante que ele estava “habilitado e apto para dirigir”. A declaração foi dada pelo advogado que o representa, após o motorista ser ouvido e liberado pela Polícia Civil em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. Além disso, foi apresentada outra versão sobre o acidente.

Em coletiva no domingo (22), a Polícia Militar informou sobre a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do homem. Contudo, segundo o advogado Raony Scheffer, houve uma “decisão judicial que revogou a suspensão”. A reportagem questionou as autoridades sobre essa decisão e aguarda retorno.

Sobre o acidente, o advogado alega, com base no relato do motorista da carreta, que “o ônibus invadiu a mão de direção dele [motorista da carreta] e que ele precisou fazer um leve movimento para a direita, para não colidir”. A versão afirma que, apesar da manobra, o coletivo bateu no segundo semirreboque.

O advogado também contou que o motorista fugiu após entrar em “pânico”. “Ele saiu porque, naquele momento, desceu da carreta para verificar o que aconteceu e entrou em pânico, em virtude de ver a gravidade do acidente. Ele se preocupou também com a sua integridade física e proteção pessoal e não tinha condições de prestar apoio, assistência ou socorro”, contou.

Linha de investigação da polícia

A polícia trabalha com a linha de investigação de que o acidente foi causado por uma pedra de granito que se soltou do caminhão que era conduzido pelo homem. O ônibus teria se chocado com essa pedra e pegado fogo em seguida, matando 41 pessoas.

A Polícia Civil informou ter solicitado a prisão preventiva do motorista da carreta, mas disse que o pedido foi negado pela Justiça.

Tragédia na BR-116

O ônibus, que partiu de São Paulo com direção à Bahia e transportava aproximadamente 45 passageiros, pegou fogo após bater de frente com uma carreta.

Oito pessoas deixaram o coletivo com vida e foram encaminhadas para atendimento médico em Teófilo Otoni, mas uma delas morreu antes de chegar ao hospital.

Os bombeiros foram acionados por volta das 4h, conseguiram controlar as chamas e, em seguida, retiraram os corpos, que estavam carbonizados e presos às ferragens. Um guincho auxiliou para destombar o ônibus e acessar o fundo do veículo.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a Polícia Militar (PM) auxiliaram no atendimento da ocorrência. O tráfego foi liberado após mais de dez horas de interdição.

Os corpos das vítimas foram transferidos, na noite de sábado, de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, para o Instituto Médico Legal (IML) em Belo Horizonte, e estão sendo periciados para identificação. Até o momento, 14 vítimas já foram identificadas e seis corpos foram liberados.