Uma influenciadora cristã de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, foi denunciada na Justiça por intolerância religiosa. Em 5 de maio, ela publicou um vídeo nas redes sociais relacionando a catástrofe climática que assola o Rio Grande do Sul a religiões de matriz africana. O crime é equiparado ao racismo e tem pena de dois a cinco anos de prisão, além de multa.
Em sua conta no Instagram, a mulher de 43 anos tem mais de 30 mil seguidores e se apresenta como "cristã e empreendedora". Na publicação, entre outras “afirmações discriminatórias”, segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), ela disse que o estado gaúcho “é um dos estados com maior número de terreiros de macumba”.
Em seguida, relacionou a tragédia à crença religiosa: “Alguns profetas já estavam anunciando sobre algo que ia acontecer no Rio Grande do Sul, devido à ira de Deus mesmo”. O alcance do seu perfil fez com que o vídeo fosse compartilhado diversas vezes e chegasse a ter 3 milhões de visualizações.
Na denúncia, a promotora de Justiça Ana Bárbara Canedo Oliveira afirma que, ao fazer essas declarações em seu perfil público com milhares de seguidores, a mulher cometeu um crime e também incentivou outras pessoas a discriminar, ter preconceito e intolerância contra religiões de origem africana.
A promotora de Justiça também pede, como medidas cautelares, que a mulher seja proibida de sair do país sem autorização judicial e de fazer novas postagens sobre religiões de origem africana ou sobre a tragédia no Rio Grande do Sul com informações falsas.
Uma influenciadora cristã de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, foi denunciada na Justiça por intolerância religiosa. Em 5 de maio, ela publicou um vídeo nas redes sociais relacionando a catástrofe climática que assola o Rio Grande do Sul a religiões de… pic.twitter.com/Qgybbb6FAt
— O Tempo (@otempo) May 17, 2024
Pedido de desculpas
Em meio à repercussão do caso, a mulher gravou um vídeo de retração, pedindo desculpas e dizendo que "se expressou mal". "Eu não quis ofender as pessoas em relação à religião. Ela é uma opção individual, de cada um. Eu queria pedir perdão se magoei as pessoas", afirmou.
Nesta sexta-feira (17), o perfil dela no Instagram estava privado, quando usuários precisam pedir autorização para ver as publicações. A reportagem tenta contato com a mulher. O espaço permanece aberto para um posicionamento.