LUTO

Aniversariante de 9 anos morto em chacina na Grande BH era atleta de escola de futebol 

Menino comemorava o aniversário em um espaço de festas em Ribeirão das Neves, quando foi vítima do tiroteio; o pai e a prima dele também morreram

Por Gabriel Rezende
Publicado em 24 de maio de 2024 | 00:34 - Atualizado em 24 de maio de 2024 | 07:11
 
 
 

Heitor Felipe, de 9 anos, é uma das vítimas da chacina em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte. O menino comemorava o aniversário no espaço de festas, quando foi baleado. Ele era atleta de uma escolinha de futebol e sonhava em se tornar um jogador de futebol. Outras duas pessoas morreram: o pai dele, um homem de 26 anos, e uma prima de 11. 

Nas redes sociais, o menino compartilhava o sonho de se tornar jogador. Entre os registros, estão vídeos de gols marcados em treinos e fotos com as camisas de Atlético e América, dois dos principais clubes de Minas Gerais. Em uma das legendas, em uma partida com a camisa do Galo, Heitor escreveu: “Não vou deixar de ir atrás do meu sonho". 

Comoção 

No local do crime, a mãe de Heitor estava em estado de choque. Em prantos, a mulher que também perdeu o marido, preferiu não gravar entrevista. Testemunhas que estavam na festa falaram em “covardia”. “Chegaram atirando. Não se importaram que estava tendo uma festa”, afirmou uma mulher que terá a identidade preservada.

Além das três mortes, três convidadas ficaram feridas e foram socorridas para a UPA Justinópolis e, depois, encaminhadas para o Hospital Risoleta Neves, em BH. São elas: uma adolescente de 13 anos, a mãe dela que não teve a idade divulgada e uma jovem de 19.

Guerra do tráfico

Segundo o capitão Arley Santos, da Polícia Militar, o crime foi motivado pela guerra do tráfico na região do Morro Alto, em Vespasiano. Alvo dos disparos, o homem de 26 anos estaria envolvido com essa disputa. "[As vítimas] vieram para Ribeirão das Neves comemorar o aniversário. Mas [o crime] tem a ver com uma guerra [do tráfico] de Vespasiano que já estaria acontecendo há algum tempo", afirmou. 

Ainda segundo o militar, os criminosos invadiram a festa por volta das 19h. A comemoração, iniciada às 9h, já estava no fim, com alguns convidados indo embora. "Eles entraram atirando, sem se preocupar se era festa, se havia crianças", afirma o capitão.

Atirador baleado

Um dos atiradores está sob escolta policial, após dar entrada com ferimento de arma de fogo na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) JK em Contagem, também na Grande BH. Segundo testemunhas, ele foi atingido, por engano, pelo próprio comparsa durante o tiroteio. 

As buscas seguem para localizar o outro atirador e demais envolvidos no crime. Quem tiver informações sobre os suspeitos pode fazer denúncias anônimas pelo telefone 181.

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