JUSTIÇA DO TRABALHO

Casal de fazendeiros é condenado em R$ 50 mil por exploração de vaqueiro com deficiência mental em MG

Eles teriam se aproveitado da condição de saúde do trabalhador para se beneficiar da força de trabalho dele durante 12 anos


Publicado em 07 de maio de 2024 | 06:28
 
 
 
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Um casal de fazendeiros foi condenado a pagar R$ 50 mil pela exploração de um vaqueiro com deficiência mental durante 12 anos. Eles teriam se aproveitado da condição de saúde do trabalhador para se beneficiar da força de trabalho dele. A decisão foi do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG).

Na denúncia, feita na 2ª Vara do Trabalho de Governador Valadares, o trabalhador rural relatou que durante o período de trabalho era proibido de deixar o local e que somente os patrões se deslocavam até a cidade.

O homem disse que só podia deixar o espaço acompanhado deles. Ele também disse que sofreu tratamento ríspido dos patrões, o que teria comprometido a sua capacidade psicomotora, já que permanecia com o casal desde a sua infância.

Durante o julgamento, a Justiça solicitou um laudo médico para verificar as condições deste trabalhador. O documento apontou "a deficiência mental do trabalhador, a ausência de estudo (sem leitura e escrita) e que o paciente foi criado desde pouca idade em propriedades rurais em situações análogas à escravidão, sem salário ou renda".

O casal de fazendeiros negou as denúncias feitos pelo trabalhador e questionou os laudos médicos. Eles justificaram que são pessoas idosas, pequenos produtores rurais do ramo do leite, cuja a produção se destina ao sustento do lar.

Na decisão, a desembargadora reconheceu parte das denúncias, porém, não citou a restrição de liberdade. Ela determinou o pagamento de R$ 50 mil por danos morais. O processo está em fase de execução.

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