No ano em que completa dez anos de existência, o Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte vai incluir outra prestação de serviços na lista. A celebração de uma década do equipamento, inaugurado em 8 de junho de 2014, ocorreu na manhã desta terça-feira (11). Em meio à comemoração, veio o anúncio do novo projeto: o COP-BH vai passar a ajudar na identificação, localização e resgate de pessoas desaparecidas, em parceria com a Polícia Civil. 

A iniciativa deve sair do papel ainda neste ano, mas depende de assinaturas de convênio da prefeitura de Belo Horizonte com a PCMG, e as conversas já estão acontecendo. Por isso, não há previsão exata de quando o projeto vai entrar em prática. Mas já estão ocorrendo testes com as câmeras de reconhecimento facial que transmitem imagens para o COP-BH.

"A gente vai receber as imagens de banco da Polícia Civil, isso vai ser lançado no sistema, a câmera vai fazer essa identificação inicial, e um agente da Guarda Municipal, ou da BHTrans, ou da Polícia Militar vai fazer a abordagem a essa pessoa e identificar porque ela está desaparecida", detalha Marcelo Martins, diretor de imagem e voz do Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte.

As câmeras também auxiliam na localização de pessoas procuradas pela polícia por algum crime. Mas neste caso, a ação do COP se limita apenas à identificação. "Se esse reconhecimento facial for de um criminoso, nós vamos disponibilizar essa informação para o Governo do estado fazer esse tipo de abordagem. Aí a Polícia Civil e a Polícia Militar vão fazer a abordagem e a prisão", explica Marcelo.

Dez anos de COP-BH

O Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte foi inaugurado em 8 de junho de 2014, com o objetivo de integrar as ações de resposta a problemas como segurança pública, saúde, limpeza urbana, defesa civil, mobilidade urbana e emergências em saúde em Belo Horizonte. Atualmente, são 20 instituições públicas e privadas que integram o local. Diretora do COP-BH, Geórgia Ribeiro, afirma que a ação e a tomada de decisões conjuntas das instituições é o grande diferencial do centro. 

"Um exemplo importante de integração importante é entre o Samu e o Corpo de Bombeiros. Todas as ligações que chegam aqui no 193 são todas visualizadas, e aqui é reduzida qualquer redundância que possa haver. Essa integração vai favorecer um atendimento rápido, que é fundamental em casos de acidentes", afirma.

São mais de 4.500 câmeras espalhadas por toda a cidade. Segundo o diretor de imagem e voz, Marcelo Martins, elas têm resolução full HD e capacidade de alcance superior a um quarteirão. Os equipamentos são capazes de aproximar uma imagem em até 30 vezes. Apesar de as câmeras serem destinadas a Polícia Militar, BHTrans e Secretaria Municipal de Saúde, todas as informações geradas por elas são compartilhadas.

"Por ser uma câmera da segurança pública, dá para acompanhar a elevação de um nível de um córrego e ajuda a Defesa Civil a estimar o tempo e fechar a via mais rápido e evitar qualquer tipo de ocorrência mais grave", esclarece. 

Ao longo dos dez anos, o COP se aprimorou em termos tecnológicos e ampliou sua capacidade de prestação de serviços. Uma das novidades que foram implementadas é o botão do assédio sexual dentro dos ônibus, função que não tinha no início das operações. O dispositivo foi instalado em todos os ônibus em novembro de 2018 e, quando é acionado pelo motorista do coletivo, aciona também as instituições no COP. 

"Hoje nós visualizamos o acionamento do alarme do botão pela Central de Transportes, que compartilha a informação com a Guarda Municipal. O ônibus é localizado em tempo real pelo GPS, para que haja a abordagem e condução do autor e da vítima para a delegacia", explica Geórgia Ribeiro. 

Outras duas novidades que vieram ao longo dos dez anos foram o videomonitoramento de todas as unidades de saúde de BH em tempo real e a transferência da Central do Samu para o COP. Esta última mudança ocorreu em outubro de 2022. 

"Isso agilizou a interação entre Samu e Corpo de Bombeiros e o tempo de resposta de socorro às vítimas. Aqui dentro, o Samu pode ver as câmeras de segurança, ver como o acidente aconteceu e dimensionar melhor os recursos necessários”, afirma. 

Também conforme Geórgia, outras melhorias estão previstas, principalmente em relação ao videomonitoramento. Devem ser instaladas 404 novas câmeras, sendo 200 delas com capacidade de leitura de placas veiculares. Além do monitoramento do trânsito, os equipamentos também vão auxiliar na localização de veículos furtados ou envolvidos em acidentes. 

Em novembro do ano passado, foram instaladas 462 novas câmeras no perímetro do hipercentro de Belo Horizonte, com a tecnologia da inteligência artificial. Os equipamentos podem, por exemplo, gerar um alerta de uma pessoa passando mal na rua e auxiliar as autoridades a, mesmo de longe, orientarem pessoas próximas ao local para auxiliar nos primeiros socorros até a chegada do Samu. As câmeras também auxiliam na identificação de quem descarta lixo pela cidade de forma irregular.

O Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte opera de forma ininterrupta, 24h por dia, sete dias por semana, inclusive nos feriados. São cerca de 500 funcionários que atuam no local.

Veja a lista de instituições que integram o Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte 

Coordenadoria de Atendimento Regional Centro-Sul (CARE-CS)

Empresa de Transportes e Trânsito (BHTrans)

Guarda Civil Municipal

Secretaria Municipal de Saúde

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)

Subsecretaria de Fiscalização 

Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil

Subsecretaria de Zeladoria Urbana

Superintendência de Limpeza Urbana (SLU)

Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte 

Companhia de Gás de Minas Gerais (GASMIG)

Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Cemig)

Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais

Polícia Civil de Minas Gerais 

Polícia Militar de Minas Gerais 

Centro de Comunicação Operacional da PMMG

Essencial Segurança 

Brazilian Traffic Network (BTN)

Sintram/Consórcio Ótimo 

Claro Telefonia