A garantia da preservação da Mata do Planalto, na região Norte de Belo Horizonte, será tema de audiência pública na próxima segunda-feira (1º de julho), na Câmara Municipal. Às vésperas do fim do decreto que garante a desapropriação e a integridade da área verde, defensores alegam que as ações para proteção do local não foram feitas.
A audiência acontece a pedido do Movimento Salve a Mata do Planalto e de moradores da região, que alegam que desde a assinatura do decreto, em 2021, as ações de desapropriação da área não foram efetivadas pela prefeitura da capital. Por isso, os populares temem que com o fim do decreto, que tem data de validade até o próximo ano, o local fique em risco novamente.
"Para garantir a preservação total da Mata do Planalto é preciso que o prefeito Fuad desaproprie e indenize os proprietários, através de negociação. A Audiência Pública vai ser de muita importância porque vamos cobrar do prefeito uma ação mais efetiva e fazer a preservação total da área. Só assim vai resolver essa questão protegendo a Mata com toda sua biodiversidade", explica a presidente da Associação Comunitária do Planalto, Magali Ferraz Trindade.
Em nota, os defensores alegam que o local é alvo de especulação imobiliária há quase 20 anos. Para garantir que novas construções não sejam afixadas no local, o Movimento Salve a Mata do Planalto e os moradores cobram que a desapropriação seja paga pelo município de Belo Horizonte aos proprietários e que a Mata do Planalto seja entregue à coletividade.
As medidas para garantir a preservação do local serão discutidas na Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana. A reunião está marcada para às 13h30, no Plenário Helvécio Arantes.
A reportagem questionou a PBH sobre o caso e aguarda retorno. A matéria será atualizada tão logo um posicionamento seja enviado.
Preservação
A preservação da Mata do Planalto, considerado último reduto remanescente de Mata Atlântica em BH, é alvo de ações de defensores há mais de uma década. A área verde ocupa uma área de 200 mil m2, com 60 espécies de pássaros, 90 de árvores, mais de 40 nascentes, que formam o Córrego Bacuraus, integra o Córrego do Onça e deságua no Rio das Velhas.