O procurador Bruno Resende Rabello, suspeito de cuspir na funcionária de um shopping no bairro de Lourdes, região Centro-Sul de Belo Horizonte, gravou um vídeo com pedido de desculpas. No conteúdo, divulgado nesta quarta-feira (17 de julho), ele classifica o próprio comportamento como “inadmissível e nojento”.
O vídeo é parte do acerto de composição civil. Ou seja, do acordo firmado entre as partes para reparação de danos. Foi estabelecida também uma indenização, que segundo a advogada Lorena Ribeiro Cassimiro, que representa o procurador, está acima dos precedentes jurídicos para casos semelhantes. O valor, contudo, é protegido por cláusula de confidencialidade.
“Eu tive um comportamento inadmissível, inaceitável, nojento. Naquela noite, eu cheguei em casa, tentei dormir, fiquei pensando como eu podia me redimir com a funcionária do cinema. Eu não sabia de imagem gravada, não sabia que isso ia ter repercussão midiática”, disse o procurador no vídeo.
Ele também citou preocupação com a exposição que a filha dele teve no caso e garantiu sentir que “envergonhou os pais, esposa e colegas de trabalho”. “Mas o foco é ela [funcionária]. Descontei nela. É difícil para ela me perdoar, eu sei. Espero que, com o tempo, ela um dia consiga entender que eu não sou aquele monstro que aparece nas imagens”, concluiu.
Relembre o caso
Em 8 de julho, o procurador foi filmado pelas câmeras de segurança do shopping xingando, cuspindo e tentando agredir a funcionária do cinema. O motivo da confusão seria o fato de o procurador exigir que a funcionária levasse pipoca para ele dentro da sala de cinema.
A funcionária, de 25 anos, acionou a Polícia Militar. Ela contou que o homem esmurrava a porta da recepção do cinema dizendo que “queria a pipoca dele”, após comprar um refil do alimento. Quando a mulher perguntou qual era o pedido dele, o homem passou a gritar ainda mais.
Um procurador do Estado, que recebe cerca de R$ 32 mil por mês, é suspeito de xingar, cuspir e tentar agredir a funcionária do cinema de um shopping no bairro de Lourdes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, na segunda-feira (8). O motivo da confusão seria o fato de o… pic.twitter.com/Vnv2c1ddoI
— O Tempo (@otempo) July 10, 2024
Diante da situação, a funcionária entregou um pedido que segurava, de outro cliente, e pediu para o gerente trazer a pipoca do homem que gritava no local. Exaltado, o homem disse que era para entregar o refil de pipoca na poltrona dele, dentro da sala de cinema. A funcionária informou que esse não era o procedimento, já que o cliente deve ir ao balcão para encher o balde de pipoca.
Nesse momento, o procurador teria dito que a funcionária era obrigada a fazer o que ele mandava e passou a filmar a mulher. Ela disse que não autorizava a gravação e teria sido chamada de incompetente. Quando a Polícia Militar chegou, o homem tinha fugido do local. Ele foi identificado pelo CPF que constava na nota fiscal.