Uma recém-nascida foi sequestrada do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), no Triângulo Mineiro, no fim da noite dessa terça-feira (23 de julho). A autora é uma médica que não trabalha no local, mas se passou por funcionária da unidade de saúde. Ela foi presa de manhã, e a vítima, encontrada em em Itumbiara, em Goiás, a cerca de 143 km do local do sequestro.

O crime foi cometido entre 23h23, quando a sequestradora chegou ao local, e 23h54, quando deixou o hospital com a bebê. Nesse período, ela se apresentou na portaria como funcionária do hospital, foi à ala da maternidade e, após dizer que é médica, pegou a criança dos pais alegando que a levaria para se alimentar e fugiu com a pequena dentro de uma mochila.

Segundo a PM, a mulher saiu da porta do hospital com a bebê dentro da mochila e fugiu em um carro vermelho.

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— O Tempo (@otempo) July 24, 2024

Segundo a PM, uma funcionária que trabalha na portaria do hospital afirmou que a sequestradora se apresentou vestida com jaleco branco, touca branca, máscara, luvas pretas, óculos de grau, mochila amarela e um crachá. Ela relatou que a autora disse se chamar Amanda e que cobriria a falta de uma funcionária do setor de clínica médica.

Após a entrada da criminosa, a funcionária teria desconfiado da atitude e entrado em contato com os seguranças e com o setor de clínica médica para saber se, de fato, uma profissional chamada Amanda cobriria a falta de alguém. Ela foi informada, entretanto, de que a equipe do setor estava completa.

Conforme a polícia, o pai da criança contou que descansava com a esposa quando a sequestradora se identificou como médica e disse que levaria a recém-nascida para tomar leite no "copinho". O homem disse que a autora entrou em uma sala em frente ao quarto onde eles estavam e fechou a porta, enquanto ele esperava no corredor.

De acordo o relato do pai à PM, após alguns minutos, a mulher deixou a sala com um cobertor nas mãos e uma mochila amarela nas costas e afirmou que uma enfermeira dava leite à criança. Com a demora e após a sequestradora sair do local, ele perguntou sobre a filha a uma funcionária, mas foi informado de que nenhum profissional teria pegado a bebê. O homem, então, acionou a segurança do local.

Sequestradora chegou a ser abordada

Segundo a PM, um dos vigilantes do hospital contou que, após ser informado pela portaria sobre a atitude suspeita, abordou a mulher logo após ela sair de um banheiro. Ele teria perguntado se ela "precisava de alguma coisa" e recebeu como resposta da autora que ela já estava de saída, pois faria um plantão no local, mas havia sido informada de que o quadro de funcionários já estava completo.

O trabalhador disse aos militares que acompanhou a mulher até a saída, pois não tem permissão para revistar pessoas que entram na unidade de saúde. Conforme a ocorrência, o vigilante disse que o sumiço da recém-nascida só foi informado após a criminosa deixar o hospital.

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), administradora da unidade, afirma que, logo após o ocorrido, funcionários do hospital acionaram a PM. A empresa diz ter iniciado uma apuração interna sobre o caso.

Leia a íntegra do que disse a Ebserh:

O HC-UFU informa que por volta da meia noite uma mulher trajada como profissional de saúde, portando crachá institucional, entrou na maternidade e evadiu com um bebê recém-nascido do sexo feminino.

Poucos instantes após o fato, a equipe do hospital acionou a Polícia Militar de Uberlândia e cedeu as imagens das câmeras de segurança requisitadas pela corporação.

O HC já inicou apuração interna de todas as circunstâncias do caso e está colaborando com as investigações. A instituição está à inteira disposição das autoridades e da família para a breve solução do caso.