Um homem de 29 anos é suspeito de ter roubado 70 cabeças de gado em Andradas, no Sul de Minas. Ele foi preso preventivamente após, conforme a Polícia Civil de Minas Gerais, causar um prejuízo de aproximadamente R$ 160 mil. A PCMG afirma que o homem é "um dos maiores ladrões de gado" da região sul do estado.
O furto que deu início à investigação foi cometido no Natal de 2023, no dia 25. O investigado teria entrado na fazenda, que é de grande porte, ainda de dia, quando o responsável pelo local não estava. Os animais foram levados à noite, quando as câmeras de segurança do local estavam viradas para cima, o que pode ter sido intencional.
"Por ser uma pessoa do campo, ele tem muita destreza com animais, sabe lidar. Ele arrebanhava os animais de forma que conseguia colocar dentro do caminhão dele", detalha o delegado Roberto Veran, do Departamento Estadual de Investigação de Crimes contra o Patrimônio (DEPATRI)
Após o crime, o fazendeiro procurou à PCMG, que iniciou a investigação. Uma testemunha reconheceu o suspeito por foto e, dois dias depois, o caminhão do veículo do homem foi apreendido em uma blitz. O caminhão usado no furto à fazenda deixou cair no local uma peça de madeira, que se encaixou perfeitamente no veículo apreendido na blitz.
O homem foi preso na última quinta-feira (29 de junho), na própria residência. Ele negou os crimes e alegou ser 'da paz', mas a Polícia Civil de Minas Gerais localizou na casa uma grande quantidade de carne congelada. "Mais carne que um açougue", afirma o delegado Roberto Veran.
As investigações também apontam que o homem aproveitava a proximidade com o estado de São Paulo para vender o gado furtado. Esse tipo de crime, conforme o delegado Roberto Veran, traz riscos à saúde pública. "Via de regra, esses gados são vendidos em abates e açougues clandestinos, sem qualquer controle de saúde pública, nem fiscalização", pontua.
Crime em grupo
A Polícia Civil de Minas Gerais acredita que pelo menos mais três suspeitos, todos da cidade de Andrada, no Sul de Minas, estão envolvidos no crime, devido à complexidade dos furtos. Os próximos passos da investigação têm o objetivo de identificar esses supostos autores e os abates e açougues clandestinos que receptavam a carga.
O suspeito está preso preventivamente e pode responder pelo crime de furto qualificado de semovente domesticável de valor econômico, cuja pena varia de dois a cinco anos de prisão.
Homem temido
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, o suspeito é um homem perigoso e que era temido no sul de Minas. A PCMG afirma que ele está na vida do crime desde a adolescência e tem passagens por porte ilegal de arma de fogo, receptação, furto e tentativa de homicídio, inclusive contra policiais militares.