Contagem comemora seus 113 anos nesta sexta-feira (30), com uma trajetória que reflete a evolução de um pequeno povoado colonial para um importante centro industrial de Minas Gerais. A história da cidade é marcada por três grandes momentos que moldaram seu crescimento e desenvolvimento.

O nascimento do município remonta ao Brasil Colônia, quando a mineração dominava a vida no Estado. Para garantir o controle e arrecadação sobre as atividades econômicas, a Coroa Portuguesa criou postos de fiscalização, conhecidos como registros.

Em torno de um desses postos, localizado na região que mais tarde seria conhecida como Abóboras, formou-se um pequeno povoado. Os moradores ergueram uma capela em homenagem a São Gonçalo do Amarante, o santo protetor dos viajantes.

Assim surgiu o arraial de São Gonçalo da Contagem das Abóboras, nome que fazia referência tanto ao santo quanto ao processo de contagem de gados, escravos e mercadorias para taxação. 

A emancipação

Contagem foi oficialmente reconhecida como município em 30 de agosto de 1911, pela Lei nº 556. Antes disso, fazia parte da Comarca do Rio das Velhas, vinculada a Sabará e posteriormente a Santa Quitéria, atual Esmeraldas.

Apesar de sua autonomia inicial, a cidade enfrentou desafios políticos e administrativos: em 1938, perdeu sua autonomia e tornou-se distrito de Betim. No entanto, a Lei nº 336, de 27 de dezembro de 1948, restaurou sua autonomia, permitindo que Contagem recuperasse sua identidade e status de município.

A Revolução Industrial

A crise financeira mundial de 1929 trouxe sérias dificuldades econômicas para Minas Gerais, evidenciando a necessidade urgente de industrialização. Em resposta, o governo estadual promoveu a criação de distritos industriais para impulsionar o desenvolvimento econômico.

Em 1941, o governador Israel Pinheiro lançou o Parque Industrial de Contagem, posteriormente conhecido como Cidade Industrial.

A escolha da região foi estratégica: próxima à capital Belo Horizonte, com relevo suave e boas condições de acesso às principais estradas do Estado. Além disso, era uma área ainda pouco habitada, ideal para expansão industrial. 

Assim, a Cidade Industrial Juventino Dias foi estabelecida em 1941, mas sua implementação ocorreu somente na década de 1950. A principal dificuldade para o crescimento industrial foi a falta de energia elétrica.

O governo estadual, sob a liderança de Milton Campos, criou a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) em 22 de maio de 1952, para suprir a demanda energética. A Mannesmann, a primeira grande indústria a se instalar em Contagem, iniciou suas operações em maio de 1952, marcando o início da transformação industrial da cidade.

Na década de 1960, com a capacidade da Cidade Industrial atingida, o governo iniciou a expansão da área industrial, sendo criado, em 1970, o Centro Industrial de Contagem – Cinco, ampliando a capacidade da cidade e consolidando seu papel como um importante polo de produção. 

Aos 113 anos, com um legado de inovação e transformação, Contagem segue como referência de progresso e evolução no cenário mineiro.

Panorama econômico de Contagem

Contagem tem o 3º PIB municipal de Minas Gerais e o 32º do Brasil – sendo R$ 54.136,41 (per capita). De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedecon), de 2021 a 2024, o município atraiu 10,4 bilhões de investimentos privados confirmados na indústria, logística, serviços e comércio.

O saldo de empregos formais de 2021 a 2024 foi de 33.305. O saldo de empresas abertas de 2021 a 2024 foi de 29.649. Dados da pasta mostram que, atualmente, o município exporta para 106 países e importa de 83.

Em 2020, a movimentação da Balança Comercial da cidade foi de US$ 788 milhões. No ano passado, ampliou para US$ 1,322 bilhão. No acumulado de janeiro a junho deste ano, registra-se a tendência de crescimento, com acúmulo de US$ 770 milhões, com projeção de US$ 1,5 bilhão de dólares até dezembro deste ano.

Empregabilidade

Nos últimos anos, a cidade também tem se destacado na empregabilidade. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, Contagem é a segunda que mais emprega no Estado, ficando atrás somente de Belo Horizonte.

O saldo positivo de carteiras assinadas nos últimos três anos e oito meses é de 33.305, de acordo com o último levantamento do Caged, que se consolidou, principalmente, pela desburocratização realizada nos últimos anos.

O investimento feito na cidade no desenvolvimento social passa os R$ 25 milhões ao ano.