Mais de R$ 12 milhões. Essa foi a quantia investida no Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro, na região central de Belo Horizonte, nos últimos dois anos, segundo a Terminais BH. A companhia, que assumiu a gestão do local por meio de um contrato firmado com a Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) em setembro de 2022, ficou responsável pelos serviços públicos de recuperação, modernização, manutenção e operação do espaço por 30 anos. No entanto, as melhorias feitas até o momento dividem opiniões — enquanto há usuários que indicam que as condições atuais estão melhores do que no passado, outros afirmam não terem visto tantas diferenças assim.
“Não percebi nenhuma diferença nos últimos anos. Se a intenção era melhorar…”, avalia o advogado Bruno Santos, de 40 anos. Já a aposentada Maria José Luciano, de 75 anos, afirma que a rodoviária “não tem defeitos”. “O atendimento é bom, os banheiros que eram sujos e feios estão melhores. Mudou de um tempo para cá”, afirma. O mergulhador Josemar da Silva, de 57 anos, é mais ponderado: “Está mais ou menos, em vista dos lugares que tenho andado”, diz. A opinião é semelhante a do pintor Geraldo Miguel, de 71 anos. “Não teve muita melhora, mas está razoavelmente bom”, afirma.
Embora já tenham iniciado, as melhorias no espaço devem ser distribuídas ao longo de três décadas. Nesse período, segundo a Terminais BH, deverão ser investidos R$ 122 milhões em melhorias estruturais, capacidade e tecnologia. Atualmente, uma média de 602 mil passageiros passam pelo local mensalmente.
Algumas das melhorias realizadas até o momento incluem a reforma dos sanitários do hall (masculino e feminino), modernização do Centro de Controle Operacional, com aumento do número de câmeras, além da automatização dos quatro portões da área de embarque e a substituição do piso tátil das áreas de embarque e desembarque. Os usuários também podem contar com internet Wi-Fi grátis, novos guichês de venda de passagens e um telão de LED com informações em tempo real sobre chegadas e partidas.
“Nos primeiros seis meses de concessão, foram feitos os investimentos imediatos, de maneira mais rápida, para a melhoria na condição do terminal, como o wi-fi gratuito e melhoria do fraldário. Agora, virão os investimentos ‘mais pesados’, na estrutura do terminal, que envolvem a requalificação, obras de paisagismo, pavimentação, drenagem, impermeabilização, entre outros”, diz Vanessa Costa, diretora executiva da Terminais BH.
No entanto, conforme Vanessa, há modificações que devem ser feitas paulatinamente, uma vez que a rodoviária precisa continuar funcionando durante todo o tempo, entre tantos embarques e desembarques. Além disso, como o imóvel é tombado, é preciso respeitar as características do local, e todas as modificações passam por um cuidado extra.
“Teremos um terminal mais moderno dentro das possibilidades, já que o edifício é tombado. A premissa é sempre priorizar o bem-estar, conforto e segurança dos passageiros”, afirma Vanessa.
Ampliação
Além das modificações na estrutura da rodoviária de Belo Horizonte, há projeções para que ela se torne mais ampla do que é hoje. Conforme a diretora executiva da Terminais BH, o objetivo é que o espaço não seja apenas um local de viagens. O acréscimo de mais comodidades e serviços também está previsto.
“Teremos um espaço mais moderno, com mais inovações, onde os usuários possam se sentir confortáveis e seguros”, diz Vanessa.
Uma das possibilidades, conforme a diretora, é a negociação com grandes empresas de logística, criando mais um ponto de distribuição na cidade. Apresentações musicais, realização de campanhas educativas, entre outros, também estão entre as ações pensadas para a rodoviária da capital mineira.
“Todas as vezes em que é identificada uma necessidade do passageiro, há atuações nesse sentido. A gente não para”, afirma Vanessa.