Entre janeiro e a primeira quinzena de setembro deste ano, 66% das Unidades de Conservação Estadual em Minas Gerais foram afetadas por incêndios florestais. Os dados, fornecidos pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, durante coletiva, nesta sexta-feira (20), na Cidade Administrativa.

“Os números de chamados para ocorrências de incêndio extrapolam a média histórica. Nunca atendemos tantas ocorrências de incêndios em vegetação. Foram mais de 24 mil até agosto. Vamos continuar empenhando nosso efetivo e utilizando nossa inteligência operacional até que o período chuvoso chegue”, afirmou o Tenente-Coronel Ivan Neto, coordenador do Meio Ambiente do Corpo de Bombeiros. 


As estatísticas sobre os incêndios e as ações de combate foram divulgadas nesta sexta-feira (20) pelas forças de segurança de Minas Gerais. De acordo com o oficial, o estado possui atualmente 95 áreas de conservação, sendo que 63 delas já registraram incêndios este ano. 


“De modo geral, os incêndios florestais em Minas começam na região Central e se deslocam para o Sul, Zona da Mata e Triângulo, onde há maior demanda. No Norte e Noroeste, os incêndios costumam ocorrer mais tarde, entre meados de setembro e meados de outubro, que é o período mais crítico para essas áreas”, acrescentou Neto. 

Crimes e punições 


O número de pessoas conduzidas e indiciadas por crimes relacionados a incêndios florestais também aumentou neste ano. De janeiro a 15 de setembro, 216 pessoas foram conduzidas por envolvimento em crimes de incêndio, das quais 76 em áreas de mata. No entanto, 91 pessoas foram formalmente indiciadas, o que significa que podem responder criminalmente por essas infrações. 


Em comparação, no ano passado, 80 pessoas foram indiciadas durante todo o ano. Segundo a Major Layla Brunnela, porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), a maioria dos infratores comete os crimes sem intenção. "São pessoas que tentam manipular o fogo e acabam perdendo o controle, provocando o incêndio. Vale destacar que queimadas controladas podem ser legalizadas, mas precisam de autorização dos órgãos competentes. Caso contrário, configuram crime ambiental, com pena de multa e prisão de seis meses a um ano", explicou a major.