Apesar dos deslizamentos que deixaram 10 mortos durante um temporal que atingiu Ipatinga, no Vale do Aço, o prefeito reeleito da cidade, Gustavo Nunes (PL), afirmou que sua gestão já bateu o recorde na execução de obras em encostas O chefe do Executivo municipal avaliou que os avanços impediram que novas construções fossem realizadas em áreas de risco, evitando mais vítimas. A declaração foi feita ao lado do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (13 de janeiro).  Segundo boletim da Defesa Civil de Minas Gerais, publicado nesta segunda-feira (13 de janeiro), 11 pessoas morreram em Ipatinga e Santana do Paraíso no domingo (12 de janeiro).

“Nossa gestão bateu o recorde na execução de obras de encostas no bairro Canaãzinho, onde construímos um muro de contenção de mais de 50 metros de altura, atendendo uma demanda de quase 30 anos”, destacou. Segundo ele, a maior parte das intervenções ocorreu em locais que acumulavam demandas de décadas.

O prefeito reeleito também citou outras obras significativas, como a da rua Nossa Senhora Aparecida, no bairro Limoeiro, que recebeu um muro de contenção de mais de 50 metros em concreto armado. “Essa obra trouxe segurança para a comunidade e solucionou um problema que persistia havia mais de uma década”, afirmou. No bairro Vila Celeste, foram realizadas obras menores, mas importantes, como no Beco do Golfinho e no Turquília, locais de alto risco que enfrentavam problemas havia anos.

Uma das obras de maior impacto, segundo o prefeito, foi a da rua Hematita, no bairro Iguaçu. O local, onde a rua havia cedido, recebeu um muro de contenção de mais de 100 metros. Em parceria com uma empresa local, outra obra de contenção foi concluída, permitindo o retorno da circulação de ônibus na região.

Apelo à imprensa e à população

O prefeito aproveitou a oportunidade para fazer um apelo à imprensa e à população. Ele destacou que, apesar dos avanços, ainda existem cerca de 14 mil pessoas vivendo em áreas de risco na cidade. “Nosso governo foi o que mais impediu novas construções em áreas de risco nos últimos quatro anos. Mas quando precisamos retirar uma família de um local perigoso, muitas vezes enfrentamos críticas e clamor social. Gostaríamos de contar com o apoio da imprensa para explicar a necessidade dessas ações, que visam proteger vidas”, enfatizou.

O prefeito também comentou sobre as chuvas recentes, que causaram dezenas de deslizamentos de terra na cidade. Ele comparou a situação ao desabamento ocorrido em Antônio Dias há dois anos, mas destacou que, em Ipatinga, o impacto foi ainda maior devido ao grande número de ocorrências. “Estamos trabalhando com o Governo do Estado e o Governo Federal para mapear as áreas afetadas e planejar as intervenções necessárias”, disse.

Chuvas recordes e desafios da gestão

O prefeito explicou que as chuvas recentes foram intensas e atípicas. “Em um curto espaço de tempo, houve uma precipitação de 204 milímetros na região do Betânia, algo equivalente a 204 litros de água por metro quadrado. Além disso, tivemos chuvas constantes nos últimos 30 dias, o que deixou o solo extremamente encharcado”, explicou.

Ele também destacou os investimentos realizados na estruturação das defesas civis municipais. “Equipamos 497 prefeituras do Estado com veículos, notebooks e outros equipamentos essenciais para agir em situações de emergência”, afirmou, lembrando que essas ferramentas têm sido fundamentais para atender às demandas das zonas urbanas e rurais.

Por fim, o prefeito reforçou que o trabalho de prevenção e resposta a desastres é contínuo. “Ainda temos muito a fazer, mas é claro que as ações realizadas nos últimos anos têm reduzido o número de óbitos em eventos climáticos como este. Com mais planejamento e investimentos, continuaremos a avançar”, concluiu.

Quanto choveu? Solo encharcado traz riscos

O prefeito informou que, somente na região do Betânia, choveu 204 mm em um curto período de tempo. Ele ressaltou que, além do volume elevado de água, a situação é agravada pelo fato de que, nos últimos 30 dias, praticamente choveu todos os dias no município. "A terra ficou extremamente encharcada, praticamente uma mistura de água e terra, o que aumenta o risco de deslizamentos e outros desastres", explicou Nunes.