O governador Romeu Zema (Novo) está em Ipatinga, na região do Vale do Aço, para acompanhar os trabalhos de resgate e auxílio às famílias afetadas pelas chuvas que assolam a região desde sábado (11 de janeiro). Segundo boletim da Defesa Civil de Minas Gerais, publicado nesta segunda-feira (13 de janeiro), 11 pessoas morreram em Ipatinga e Santana do Paraíso no domingo (12 de janeiro). O governador informou que todas as vítimas já foram identificadas, permitindo o início do luto pelas famílias.

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As identificações foram realizadas pela Polícia Civil de Minas Gerais. “Estamos acompanhando as pessoas que moram em áreas de risco. Há previsão de mais chuva, e é preciso cautela”, declarou o governador. Ele também se comprometeu a desenvolver um plano — entre esta segunda-feira (13) e terça-feira (14) — para enviar recursos financeiros tanto para empresas quanto para pessoas físicas afetadas.

O prefeito de Ipatinga, Gustavo Nunes (PL), presente na coletiva, anunciou que um decreto será publicado ainda nesta segunda-feira (13), viabilizando um aporte financeiro no valor de um salário mínimo (R$ 1.518) para as famílias prejudicadas. Nunes destacou o esforço da comunidade e das autoridades na assistência aos necessitados: "Estamos com as autoridades, equipes de limpeza mobilizadas, além de voluntários da comunidade de Ipatinga. A cidade entendeu que esta é uma situação atípica, sensibilizou-se, e temos centenas de voluntários ajudando as pessoas e a prefeitura no resgate, auxílio e acolhimento dessas famílias".

O governo do Estado também está distribuindo kits de limpeza para auxiliar as famílias atingidas. O prefeito fez um apelo para que moradores de áreas de risco abandonem suas casas e busquem apoio da prefeitura. “Faço um apelo: quem está em área de risco, saia de casa. Nós vamos auxiliar. Não vale a pena colocar sua vida em risco”, enfatizou Nunes.

Déficit habitacional

Zema informou que, em Minas Gerais, há várias áreas de risco. “O vizinho dessa pessoa que perdeu a vida, esse pai de família, me disse que eles moravam lá há 15 anos e nada havia acontecido nesse período”, afirmou. No entanto, o chefe do Executivo Estadual destacou que o governo de Minas tem alertado sobre as áreas de risco, mas nem sempre os esforços têm sucesso.

“Hoje, infelizmente, temos no Brasil um déficit habitacional. Os programas federais, estaduais e municipais para construir novas moradias não têm sido suficientes para realocar essas famílias. Porém, em nosso governo, diversas obras já foram realizadas, principalmente na região metropolitana, para amenizar esses problemas.”

Ele ressaltou ainda: “Aquilo que está ao alcance do Estado está sendo feito. Mas adianto que esse é um problema que levará alguns anos para ser solucionado.” Zema fez um apelo, destacando as dificuldades enfrentadas: “Como o coronel mencionou, há pessoas que são alertadas, recebem os avisos, mas ainda insistem em desafiar a natureza. Isso acaba dificultando nossos esforços. Se, no momento de chuva intensa, essas pessoas deixassem as áreas de risco, já teríamos condições de salvar muitas vidas.”

Quanto choveu? Solo encharcado traz riscos

O prefeito informou que, somente na região do Betânia, choveu 204 mm em um curto período de tempo. Ele ressaltou que, além do volume elevado de água, a situação é agravada pelo fato de que, nos últimos 30 dias, praticamente choveu todos os dias no município. "A terra ficou extremamente encharcada, praticamente uma mistura de água e terra, o que aumenta o risco de deslizamentos e outros desastres", explicou Nunes.

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