Minas Gerais deu mais um passo importante no atendimento a vítimas de queimaduras. O Hospital Júlia Kubitschek realizou o primeiro atendimento a pacientes com queimaduras no mês passado. A unidade agora funciona como retaguarda do Hospital João XXIII, referência no tratamento de queimaduras graves, com suporte a casos de média complexidade.
Conforme o diretor assistencial do Complexo Hospitalar de Especialidades, Bruno Fonseca, o atendimento ocorre de forma integrada. “O João XXIII, que é porta aberta, recebe o paciente inicialmente. Após a transição de cuidados, ele é transferido para o Julia Kubitschek”, explica.
O perfil atendido pelo Julia Kubitschek envolve pacientes com queimaduras que atingem entre 10% e 20% da superfície corporal, os chamados “médios queimados”. Esses casos demandam internação hospitalar e cuidados de uma equipe multidisciplinar especializada.
“O Julia Kubitschek estruturou uma equipe capacitada para atender esses casos e agora oferece tratamento de excelência em curativos, desbridamento e enxertos, o que contribui para reduzir o tempo de internação na rede pública estadual”, afirma o coordenador de Cirurgia Plástica do hospital, Guilherme Greco. “Nosso objetivo é tratar o ser humano de forma integral, não apenas as lesões”, completa.
Primeira paciente atendida
A primeira paciente a receber atendimento foi Roberta Viviane Guimarães, de 42 anos, vítima de queimaduras ao manusear álcool. Ela foi internada no início de dezembro e destacou o cuidado recebido: “Estou tendo todo o suporte. Eles estão sendo muito atenciosos comigo”.
Para a gerente de enfermagem do Julia Kubitschek, Letycia Braga de Andrade, o atendimento inicial marca um momento de avanço. “Nossa expectativa é consolidar e ampliar essa entrega aos usuários do SUS, fortalecendo o perfil da unidade e nossa atuação em rede”, destacou.
Expansão do atendimento no estado
O Governo de Minas Gerais investiu cerca de R$ 23 milhões para ampliar a rede de atendimento a pacientes queimados. Desde 2019, o número de Centros de Tratamento de Queimados (CTQs) no estado passou de três para 16, localizados em 15 cidades-polo, incluindo Belo Horizonte, Montes Claros e Uberlândia.
“Quando assumimos, Minas contava com apenas três centros especializados. Hoje, temos ao menos um em cada região do estado, resultado de investimentos superiores a R$ 20 milhões”, ressaltou o governador Romeu Zema.
Os recursos também estão sendo direcionados para estruturar leitos de UTI e enfermaria, com cofinanciamento das diárias de atendimento aos pacientes queimados. “O valor anual destinado a essa assistência pode chegar a até R$ 77,7 milhões”, informou Letícia Freitas, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.